São Brás de Alportel entrou em cena para ajudar a mudar comportamentos e a sensibilizar a população para a defesa da floresta contra incêndios, com a apresentação do espetáculo multidisciplinar “O Homem de Fogo”, no sábado.
Esta produção inteiramente sãobrasense é a única algarvia inserida no projeto “Não brinques com o fogo”, promovido em conjunto pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e pelo Ministério da Cultura, que tem uma abrangência nacional.
Este projeto visa «sensibilizar, através das artes, para a mudança de comportamentos das populações em relação aos riscos de incêndios florestais e rurais», disse Ângela Ferreira, a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural.
«Queremos tentar mudar os comportamentos de risco e tentar sensibilizar a população para a importância da proteção das florestas», acrescentou a governante, que esteve em São Brás de Alportel para assistir à – até ver – apresentação única do espetáculo, que teve lugar ao ar livre, no Jardim da Verbena.
A pandemia ditou que apenas cerca de 80 pessoas pudessem assistir ao vivo a “O Homem de Fogo”, que juntou em palco a Banda Filarmónica de São Brás de Alportel e o contador de história Fernando Guerreiro, o autor dos Micro Contos, e teve encenação de Lília Parreira, do Grupo de Teatro Experimental Amador de São Brás de Alportel (TEAS13).
Pilar Puyana, responsável pela animação de areia, só esteve virtualmente em cena, mas garantiu uma parte importante do espetáculo.
A organização da iniciativa esteve a cargo da ARCA – Associação Recreativa e Cultural do Algarve, que teve o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara de São Brás de Alportel.
«O Homem de Fogo” é um «espetáculo multidisciplinar que recorre à animação com areia, música e palavra para transmitir uma mensagem de prevenção e cuidado para com as pessoas e as florestas. Criado a partir de um conto tradicional chinês, esta história transporta-nos para o princípio dos tempos, quando o tempo ainda não era tempo, quando o Homem foi criado e o fogo foi descoberto», resumiu a autarquia.
«Este é um momento muito feliz para o concelho, porque envolvemos o grupo de teatro experimental e a banda filarmónica neste projeto. Esperemos que este seja o primeiro de muitos projetos desta natureza e sentimo-nos muito felizes pelos facto de envolver a nossa comunidade e os agentes culturais do nosso concelho», considerou Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás de Alportel.
O edil lembrou que «São Brás de Alportel é um território rural e temos sofrido também o flagelo dos incêndios florestais. Felizmente, desde 2012 não temos grandes catástrofes nesse sentido, e esperamos manter-nos assim. Mas a proteção e a prevenção para os fogos cabe a todos nós, sensibilizar a população desta forma, através da arte, é sem dúvida uma excelente iniciativa».
Vítor Guerreiro fez mesmo questão de «elogiar» o Ministério da Cultura e a AGIF por este projeto. «Tentar sensibilizar as populações para a problemática dos fogos rurais através da arte é, sem dúvida, uma iniciativa louvável».
Apesar da apresentação de sábado ter sido a única prevista no âmbito do “Não Brinques com o Fogo”, o presidente da Câmara de São Brás admite que poderá apoiar a realização de mais sessões.
«Hoje, só tivemos oportunidade de ter 80 pessoas no espaço, pelo momento de contingência que estamos a viver. Mas há muitas mais pessoas que gostariam de assistir. Iremos fazer tudo para promover a repetição deste espetáculo, para que muitos mais possam vê-lo», assegurou Vítor Guerreiro.
Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação
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