Julho terá um eclipse penumbral da Lua e uma chuva de estrelas

Mais um mês cheio de fenómenos interessantes, para observar no céu

Hoje, primeiro sábado de Julho (dia 4), a Terra atingiu o ponto da sua órbita mais afastado do Sol: o afélio.

A Terra não é o único planeta a atingir o seu afélio neste mês: o mesmo sucederá com Vénus, no dia 10. Mas, no caso de Vénus, esta efeméride é bastante mais comum, repetindo-se a cada 224,7 dias.

Ainda neste fim de semana, teremos a Lua Cheia na madrugada do dia 5. Tal como sucedeu no passado dia 21 de junho, o alinhamento entre o Sol a Terra e a Lua dará lugar a um eclipse.

Neste caso, como a Terra é o astro que está pelo meio, o eclipse será lunar. Mas, como a Lua estará algo mais acima do plano da órbita terrestre (ou plano da eclíptica) do que esteve duas semanas antes, o nosso satélite natural apenas irá passar pela penumbra terrestre (zona da sombra onde o Sol é apenas parcialmente bloqueado), parecendo-nos apenas um pouco mais escura do que é habitual. Este será o que se chama de eclipse penumbral.

A terminar este fim de semana, entre o início da noite de dia 5 e o final da madrugada de dia 6, podemos ver como a Lua se desloca da proximidade de Júpiter até ao lado de Saturno.

 

Céu a sudeste às 2 horas da madrugada de dia 6. Igualmente é visível a posição da Lua na madrugada de dia 12 e o radiante da chuva de estrelas Delta Aquaridas

 

Na noite do sábado seguinte (dia 11), a Lua já estará junto ao planeta Marte. No final desse fim de semana, já na madrugada de dia 13, teremos ainda o quarto minguante.

Um dia depois do quarto minguante, o planeta Júpiter estará em oposição, i.e., a direção diametralmente oposta à do Sol. Assim, este planeta encontrar-se-á mais próximo de nós do que é habitual, apresentando o seu lado virado para nós completamente iluminado. Por estes dois motivos, Júpiter parecer-nos-á mais brilhante do que de costume.

Na madrugada de dia 17, a Lua terá chegado ao pé de Vénus e de Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Duas madrugadas depois, a Lua ter-se-á deslocado até junto de Mercúrio. Este planeta atinge o seu maior afastamento (ou elongação) a oeste relativamente ao Sol na madrugada de dia 22.

Entretanto, no dia 20, dar-se-á a Lua Nova. Mas nesta altura, a Lua já estará tão acima do plano da eclíptica que não dará lugar a eclipse algum. Neste mesmo dia, será a vez de Saturno estar em oposição.

 

Céu a sudeste pelas 5 horas da madrugada de dia 22. Igualmente é visível a posição de Marte no dia 12; de Mercúrio e Vénus no dia 17 e da Lua nos dias 12, 17 e 19

 

Dia 27, teremos o quarto crescente, uma excelente ocasião para se observar a Lua ao anoitecer. Esta efeméride coincide com o pico da atividade da chuva de estrelas delta Aquáridas.

Pequenas rochas e poeiras que o cometa 96P/Machholz perdeu ao longo do seu trajeto, as quais parecem surgir duma região do céu próxima da estrela Delta da constelação do Aquário.

Alguns destes meteoros poderão ser vistos durante boa parte do mês, mas nunca chegarão à dezena e meia de meteoros por hora que seriam visíveis no máximo de atividade sob condições de observação ideais.

Para finalizar este mês de eventos astronómicos, no dia 30, realizar-se-ão as comemorações do Dia do Asteróide conjuntamente em Portugal e Angola. Devido à pandemia que nos assola, este evento será realizado pela internet, um mês depois daquela que é a data habitual.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

 

 


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