Embaixada Britânica diz que implementar método do ABC no Reino Unido «não está em questão»

O método de pooling, desenvolvido pelo ABC, permite fazer análises de forma mais rápida e barata

A Embaixada Britânica em Portugal diz que a implementação no Reino Unido do método pooling de análises de amostras à Covid-19, que levou especialistas do Reino Unido a ter uma reunião com o Algarve Biomedical Center (ABC), «não está em questão», embora possa «estar a ser aplicado em alguns laboratórios privados» naquele país. 

Na sequência da notícia publicada pelo Sul Informação, a Embaixada Britânica enviou um email ao nosso jornal, onde dizia ter ficado «bastante incomodada» com o artigo.

A Embaixada Britânica contesta nesse email a alegada «sugestão» – que o Sul Informação não fez – «de que especialistas do Reino Unido se deslocaram a Portugal, infringindo os conselhos de viagem do governo britânico».

O que o nosso jornal escreveu foi que a reunião entre o ABC e os especialistas britânicos aconteceu em Junho – sem especificar se aconteceu de forma presencial, se à distância.

Na sua resposta escrita, a Embaixada diz que, na reunião tida com o ABC, que foi inicialmente notícia no jornal inglês The Telegraph, os especialistas do Reino Unido «estavam interessados em saber como esta abordagem estava a funcionar em Portugal».

Só que, apesar de querer saber como funciona este método de pooling de análises, a representação oficial britânica em Portugal garante que a sua implementação «não está em questão no Reino Unido», pelo menos a «nível nacional».

Ainda assim, admite a Embaixada Britânica, o pooling pode estar «a ser aplicado em alguns laboratórios privados» daquele país.

Este método do pooling, desenvolvido pelo ABC, permite fazer análises de forma mais rápida e barata, agrupando conjuntos de 10 amostras. Esta estratégia aumenta a capacidade laboratorial e também já despertou interesse de entidades espanholas, italianas e polacas.

 

Edifício da Embaixada Britânica em Portugal

 

Quanto à partilha de informação entre os dois países, a Embaixada realça que o «Reino Unido e Portugal têm mantido uma longa tradição de colaboração construtiva na área da investigação científica».

Apesar de realçar esta importância – e de ter tido interesse pela solução algarvia de combate à Covid-19 -, o Reino Unido, como se sabe, colocou e mantém Portugal fora da lista de países seguros para viajar, numa decisão que ainda pode ser revertida.

A Embaixada Britânica, contudo, na sua resposta ao nosso jornal, rejeita «totalmente a implicação de que os dois países não devem cooperar no esforço de combate à pandemia da Covid-19 nas circunstâncias atuais».

Confrontado com esta questão, Nuno Marques, presidente do ABC, com quem o Sul Informação falou antes da publicação do primeiro artigo, também realça que a «partilha científica entre os dois países é muito útil para ambos».

«Para o ABC, é uma honra poder colaborar com as autoridades do Reino Unido, com a importância acrescida de podermos estar em conjunto a colaborar no esforço de resposta à pandemia», acrescentou.

De resto, esse foi o objetivo da reunião entre o Algarve Biomedical Center e os especialistas britânicos, no passado mês de Junho, realizada «por videoconferência», segundo Nuno Marques.

 

 

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