Cuidado com as festas e com os aglomerados de pessoas nas esplanadas

«Estamos preparados para acolher todos os turistas nacionais e não nacionais que se vão dirigir à região no período de miniférias da próxima semana»

O Algarve está numa «fase estável» da pandemia de Covid-19, com poucos ou nenhuns novos casos diários ao longo das últimas semanas. «Podemos ter um ou outro caso, mas isso é natural, dado o desconfinamento e o retomar da vida diária», explicou Ana Paula Guerreiro, delegada regional de Saúde numa conferência de imprensa na sede da Proteção Civil, em Loulé.

No entanto, aquela responsável lançou um apelo para que as pessoas «não utilizem excessivamente as novas possibilidades [oferecidas pelo desconfinamento], nomeadamente nas esplanadas dos cafés e restaurantes».

«Temos recebido muitos contactos de cidadãos a fazer queixa de situações em que as regras não estão a ser cumpridas nas esplanadas» do Algarve, revelou, salientando que as pessoas «têm o direito de estar sem máscara nas esplanadas, mas têm de cumprir as regras do distanciamento social». Ou seja, estar sem máscara e em grupos grandes, juntando mesas que até estavam separadas, não pode ser.

José Apolinário, o secretário de Estado que coordena, no Algarve, a luta contra a pandemia, lançou outro apelo, aos jovens: «vamos abrir mas não para fazer festas de rua».

Este responsável fazia referência a novos casos de pessoas infetadas, na sua maioria jovens, depois de terem ido a festas fora da região, como aconteceu em Olhão. Mas o problema não foram só os jovens.

A delegada regional de Saúde admitiu que «temos mais casos positivos relacionados com festas e não só de jovens, também festas de adultos». Neste caso, a referência era ao que aconteceu em Portimão e em Lagoa, nestes dias mais recentes.

No entanto, Ana Cristina Guerreiro fez questão de também lançar um apelo especial para os mais jovens: «é natural que queiram estar uns com os outros, mas há que manter o distanciamento».

 

Também Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, apelou à responsabilidade de todos, sublinhando que a comunidade tem de cumprir as regras, «muito baseadas no uso de máscara e no distanciamento social». «Isso será fulcral para quem está no Algarve e para quem nos visitar».

«Todos temos a ganhar, enquanto cidadãos, enquanto empresas, enquanto comunidade, se todos cumprirmos as regras».

Quanto a José Apolinário, este garantiu que «estamos preparados para acolher todos os turistas nacionais e não nacionais que se vão dirigir à região no período de miniférias da próxima semana».

Este maior «afluxo de visitantes», «quer turistas nacionais, quer estrangeiros», foi igualmente sublinhado por Paulo Morgado, que recordou: «regras são regras e são para ser cumpridas por todos, todos ganharemos enquanto comunidade». «Ninguém quer voltar àquilo por que passámos».

Para o responsável pela ARS Algarve, é necessário haver um «equilíbrio entre saúde pública e economia», que precisa de ir retomando o seu ritmo normal, mas sem pôr em causa o combate a uma doença que já é, explicou, uma «endemia», porque está disseminada na comunidade.

Apesar de tudo, Paulo Morgado manifestou-se «tranquilo em relação ao que aí vem», demonstrando a sua confiança «na capacidade que o sistema pode demonstrar». Todos já aprendemos muito com isto, todos sabemos hoje muito mais sobre a doença, a forma como se transmite». Os serviços e profissionais de saúde estão mais preparados, a própria comunidade também o está, garantiu.

«Não estou assustado com o que aí vem, mas obviamente temos de manter-nos vigilantes», concluiu.

 

António Pina, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e, por inerência, da Comissão Distrital de Proteção Civil, sublinhou «não podemos deixar que 5% de irresponsáveis estraguem o trabalho dos restantes 95%».

Dirigindo-se aos muitos turistas portugueses que nas miniférias da próxima semana rumarão a Sul, Pina assegurou: «venham de férias, preparámo-nos para os receber, mas vamos manter-nos vigilantes».

 

 

 

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