Falta de reagentes no Algarve obriga ao envio de testes Covid-19 para Lisboa

ARS garante que este é um problema que não é exclusivo do Algarve

O Laboratório Regional de Saúde Pública do Algarve Drª Laura Ayres está, «há mais de uma semana, sem reagentes» para fazer análises à Covid-19 e as amostras estão a ser enviadas para Lisboa.

José Apolinário, coordenador da resposta à Covid-19 durante o Estado de Emergência no Algarve, em declarações à RTP, admite que «neste momento, não temos resposta a um reagente específico que falta, mas estamos a procurar resolver».

Também fonte da Administração Regional de Saúde, contactada pelo Sul Informação, admite «dificuldades momentâneas», mas realça que este «é um problema transversal a todo o país».

O PSD Algarve já reagiu a esta questão e lamenta que as amostras tenham de ser enviadas para o Hospital de São José, em Lisboa, que apenas aceita «um número reduzido de testes provenientes do Algarve por dia, segundo informações, não superior a 200».

Os social-democratas acrescentam que «há testes na região que deviam estar a ser feitos, mas que não estão e aqueles que são enviados para Lisboa demoram compreensivelmente mais tempo a conhecer-se o resultado».

A ARS Algarve assume que há dificuldade de aquisição de reagentes junto dos fornecedores, que enviam as encomendas «a conta-gotas». A mesma fonte garante não ter «nenhuma informação da limitação de testes diária no Hospital de São José».

Além disso, as análises realizadas no Laboratório Regional de Saúde Pública «dizem respeito a utentes de hospitais, aqueles que são casos mais urgentes. Os testes que estão a ser feitos nas 13 Áreas Dedicadas à Covid-19 (ADCs) da região são da responsabilidade de laboratórios privados e também o Algarve Biomedical Center (ABC) está a fazer testes nos lares», que não entram neste circuito e não sofrem da mesma escassez de reagentes.

«O Laboratório Regional mantém a capacidade de recolha e processamento, mas as amostras vão para o Hospital de São José para a análise. Tendo em conta que os resultados são conhecidos por via digital, estamos a falar apenas no atraso necessário de algumas horas do transporte das amostras para Lisboa», acrescenta a mesma fonte.

Esta quarta-feira, António Lacerda Sales, secretário de Estado de Saúde, admitiu que, apesar de não faltarem testes ou zaragatoas no país há «algumas dificuldades nos reagentes de extração que estamos a tentar resolver. Todos estes componentes fazem os testes. Esta situação, em que estamos com maior dificuldade, estamos a tentar resolver para que possamos testar ainda mais e com maior reforço».

No caso do Algarve, há até uma empresa que está a produzir zaragatoas para fornecer o ABC deste equipamento necessário para a recolha de amostras.

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