Com ou sem 365Algarve, região terá 1,5 milhões para cultura na época baixa

Garantia é dada por João Fernandes, presidente da RTA

Foto: João Mariano | Lavrar o Mar

Pode até ser criado um novo modelo e mudar o nome, mas é já certo que «os 1,5 milhões de euros que têm sido afetos ao 365Algarve vão continuar a ser canalizados para a região, para investimento numa programação que decorrerá entre Outubro e Maio», garantiu João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, em declarações exclusivas ao Sul Informação e à Rádio Universitária do Algarve RUA FM.

«A informação de que disponho neste momento – e tenho estado em constante contacto com a Secretaria de Estado do Turismo – é de que haverá um novo ciclo de investimento, embora o desenho do programa possa evoluir», revelou o responsável máximo pelo Turismo do Algarve.

Apesar de ser já certo que a região algarvia não perderá os 1,5 milhões de euros que o Ministério da Economia tem vindo a investir no Algarve, com o objetivo de atenuar a sazonalidade, a continuidade do programa 365Algarve ainda está em avaliação.

«É natural que ao fim de quatro anos haja uma análise dos resultados e que se reequacione. É isso que tem sido feito. Foi reunida a opinião de um número muito vasto de stakeholders e, neste momento, a Secretaria de Estado está a apreciar essa informação e a analisá-la», explicou João Fernandes.

Sem haver certezas quanto ao modelo que será seguido no futuro, o presidente da RTA não esconde que, na sua perspetiva, «seria importante manter a designação 365Algarve».

 

 

No entanto, não será de espantar que haja mudanças. «O programa todos os anos teve melhorias. Tínhamos um processo de melhoria contínua: planeávamos, desenvolvíamos, verificávamos e atuávamos sobre aquilo que considerávamos que necessitava de melhorias».

Desta forma, depois de uma primeira edição em que não houve regulamento, foi criado um conjunto de orientações e regras a partir do segundo 365Algarve, que foram atualizadas nas duas edições seguintes.

Entretanto, a incerteza em torno da continuidade do “365Algarve” e o facto de já ter passado «a data previsível da eventual abertura do programa cultural 365 Algarve, se compararmos com o ano transacto» levou o DeVIR/CAPa – Centro de Artes Performativas do Algarve a lançar um abaixo-assinado contra o «desinvestimento na cultura do Algarve».

Neste documento, os signatários defende que «investimento na cultura não é despesa» e que «não é aceitável qualquer desinvestimento no frágil sector cultural do Algarve por parte do turismo».

«Não podemos permitir o retrocesso. Temos direito a reivindicar parte do que produzimos com o turismo», lê-se no abaixo-assinado, que será enviado às secretárias de Estado do Turismo e da Cultura, para que tenham «oportunidade de conhecer e de serem confrontadas com a opinião de um grupo de cidadãos, que conhece o terreno, vive e visita o Algarve».

«Como compreenderão, este foi um trabalho que casou, desde o início, duas secretarias de Estado, num processo muito profícuo. Neste momento, há que aguardar o resultado da análise que está a ser feita», reforçou João Fernandes.

O que é certo é que o período de época baixa «tem vindo a registar muito bom desempenho com os sucessivos efeitos de atenuação da sazonalidade, que são mensuráveis. Isto não se deve em exclusivo, como é óbvio, ao contributo dado pelo 365Algarve, há um investimento muito vasto no reforço de rotas e na promoção do destino, que tem vindo a gerar essa procura».

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