Construtores de guitarras mostram a sua arte em Faro

Estarão presentes luthiers vindos de todo o país e de Espanha

Nuno Bexiga e Pedro Bartilotti_Foto Fúlvia Almeida|RUA FM

Luthiers vindos de diversos pontos do país e de Espanha vão mostrar a sua arte e mestria a construir guitarras e outros instrumentos de cordas hoje e amanhã, em Faro. A primeira edição do festival Riff Guitar começa às 14h00 desta sexta-feira e dividir-se-á entre a sede do Gimnásio Clube de Faro (GCF), que organiza a iniciativa, e o Club Farense, onde decorrerão os concertos principais.

Neste evento, as estrelas principais «são os luthiers, ou seja, os construtores de guitarras artesanais, que fazem tudo à mão. Estamos a falar de oficinas com um, dois ou três elementos, no máximo», revelou ao Sul Informação Pedro Bartilotti, presidente da direção do GCF.

«O Riff Guitar nasceu de uma ideia do Nuno Bexiga, um membro da direção do Gimnásio Clube de Faro, que já tinha o projeto idealizado há alguns anos. Ainda candidatámos o festival ao “365Algarve”, mas acabou por não avançar», contou.

«Entretanto, candidatámos o nosso plano de atividades, no qual se incluía o Riff, aos apoios da Câmara de Faro e da Direção Regional de Cultura do Algarve e conseguimos os apoios necessários para realizar a iniciativa», acrescentou Pedro Bartilotti.

Reunidas as condições necessárias, a direção do Gimnásio fez-se à estrada, para organizar o evento.

«Para montar esta primeira edição, o Nuno fez uma viagem pelo país e contactou diretamente com a maioria dos construtores de guitarras que convidámos. Isto é um evento pouco usual em Portugal. Esporadicamente acontece, mas não há nada regular», segundo o presidente do GCF.

 

 

«Tivemos a ajuda de um luthier aqui do Algarve, o João Pessoa. Ele deu-nos contactos e falou com os colegas, a garantir que valia a pena vir e que teriam todas as condições. Partindo dos artesãos, construímos toda uma programação à volta deles, com atividades paralelas ligadas à guitarra», explicou Pedro Bartilotti.

Os luthiers convidados «vão trazer algumas das suas peças, na grande maioria guitarras clássicas, embora haja também algumas guitarras flamencas, vindas de Espanha, e instrumentos da parte clássica – violinos e outros. Os construtores irão montar pequenas oficinas para demonstrar como se constroem e reparam guitarras».

Ao todo, estarão presentes cerca de dezena e meia de luthiers portugueses e espanhóis. «Vamos ter connosco o Andy Mason, um luthier britânico radicado em Mortágua que construiu guitarras para os Led Zeppelin e para os The Police. Também temos o João Pessoa, aqui do Algarve, o Cândido Jacob, de Coimbra, que é muito conhecido, o Adriano Sérgio, que até já foi capa de uma conceituada revista ligada à área».

«Cada qual terá o seu pequeno espaço no Ginásio Clube de Faro, onde também decorrerá uma atividade de guitarra aberta, com um amplificador. Quem quiser, poderá experimentar algumas das guitarras nessa salinha entre as 14h00 e as 19h00», anunciou Pedro Bartilotti.

Paralelamente, no Club Farense, com quem o GCF estabeleceu uma parceria, vai estar patente uma exposição de guitarras, todas elas pintadas à mão por Luís Espírito Santo. À noite, haverá concertos, no salão nobre desta coletividade, em plena Baixa de Faro.

 

 

«Dividimos a parte de concertos, que serão momentos para descomprimir, na Noite Acústica, que terá lugar na sexta-feira, e na Noite Elétrica, a decorrer no sábado», disse o presidente do Gimnásio Clube de Faro.

Hoje, sexta-feira, subirá ao palco um trio liderado por Luísa Amaro, «que acompanhava à viola o saudoso Carlos Paredes». Também hoje atuam «o conhecido contrabaixista Carlos Barreto e o António Eustáquio, que vai tocar um guitolão, que é uma guitarra de maiores dimensões». Para terminar, sobem a palco os Amar Guitarra, de Faro, com João Cunha e Pedro Mendes.

«No sábado, teremos o virtuoso Tuniko Goulart, que já tocou com grandes vultos da música internacional. Mais recentemente, foi um dos músicos convidados pela Madonna para participar no pequeno espetáculo que ela deu na final do Festival da Eurovisão, em Israel», acrescentou Pedro Bartilotti, numa entrevista ao Sul Informação.

Nos dois dias, após os espetáculos, haverá Jam Sessions, «em que os guitarristas presentes serão convidados a subir ao palco».

Nos dois dias de festival, entre as 16h00 às 18h00, haverá concertos na rua, em frente ao GCF, numa parceria com a Associação de Blues do Algarve.

Outra atração é a guitarra gigante que está exposta na fachada do edifício do Gimnásio, na Rua Ivens, transversal à Rua de Santo António. Esta peça «tem cerca de quatro metros de altura» e foi construída pelo artista plástico farense Tó Quintas, a convite da direção do GCF.

Os bilhetes para as exposições a decorrer no Gimnásio e no Club Farense custam 2 euros. Já o bilhete para as noites Acústica e Elétrica custam 10 euros (uma noite) ou 15 euros (duas noites).

 

Programa completo Riff Guitar:

Sexta-feira 11 de Outubro

14h00 – Oficinas de Luthiers e exposições
16h00 – Blues na baixa com os Road 31
21h00 – Concerto Noite Acústica
– Luísa Amaro, Ana Sádio e Heloísa Monteiro
– Carlos Barretto e António Eustáquio
– Amar Guitarra

Sábado 12 Outubro

14h00 – Oficinas de Luthiers e exposições
16h00 – Blues na baixa com Vitor Bacalhau e Nanook
21h00 – Concerto Noite Elétrica
– Tuniko Goulart Trio e convidados

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