“Sete Cavaleiros do Castelo” ajudam a recuperar igrejas de Tavira

Tavira, a «cidade das igrejas», tem um novo vinho

É uma Santíssima Trindade de vinhos (branco, tinto e rosé) com um único objetivo: ajudar a recuperar as 15 igrejas de Tavira. “Sete Cavaleiros do Castelo” é o nome deste vinho, lançado esta sexta-feira, 12 de Julho, nas margens do Rio Gilão. 

Estes vinhos, produzidos pela Casa Santos Lima, são feitos com as castas Arinto, Crato Branco, Touriga Nacional e Syrah, classificados como Vinhos Regionais do Algarve e que resultam de processos de seleção e colheita manuais, seguidos de vinificação na adega.

“Sete Cavaleiros do Castelo” é um nome que remete para a época da Reconquista Cristã, quando as forças portuguesas chegaram ao Algarve, por volta de 1238.

 

 

Tavira terá sido conquistada a 11 de Junho de 1239 (Maio de 1240, segundo Alexandre Herculano ou mesmo 1242 segundo outras fontes) pela mão de D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago. Diz a tradição que esta conquista foi uma represália daquela Ordem pela morte de sete dos seus cavaleiros numa emboscada de que foram vítimas quando caçavam no sítio das Antas (Freguesia da Luz).

Desde então, estes jovens combatentes de seus nomes D. Pedro Pires (Peres ou Rodrigues, comendador da Ordem de Santiago de Castela), Mem do Vale, Durão (ou Damião) Vaz, Álvoro (Álvaro) Garcia (ou Garcia Estevam), Estêvão (Estevam) Vaz (Vasques), Beltrão de Caia e mais um mercador judeu de nome Garcia Roiz (ou Rodrigues), fazem parte do imaginário e das lendas da cidade.

Os seus nomes também estão, agora, imortalizados num vinho.

«Esta foi uma ideia que nos surgiu há dois anos, com a criação da ArtGilão, instalada na Igreja de Santa Maria. Queríamos algo que fosse típico desta terra e que pudesse ser a imagem da nossa loja. Daí termos criado o vinho», explicou, ao Sul Informação, o padre Miguel Neto, pároco de Tavira, durante o lançamento do “Sete Cavaleiros do Castelo”.

Mas este não é um vinho qualquer. Toda a receita das vendas vai reverter para a «manutenção, conservação e restauro do património das igrejas de Tavira».

 

 

«Queremos expandir para tudo o que seja comércio ou restauração. É um vinho da Casa Santos Lima que, curiosamente, tem vinhas perto de uma das igrejas: o Santuário da Nossa Senhora da Saúde. Sempre foi um projeto abraçado por ambos», acrescentou.

Como «apaixonado por Tavira» que é, José Luís Oliveira da Silva, diretor da Casa Santos Lima, também não faltou ao lançamento do novo vinho.

«É um orgulho poder contribuir para uma causa tão nobre. Achámos que podíamos corresponder a este desafio que nos lançaram para produzir um vinho identificador da região e que acaba por ter uma imagem simbólica e histórica da Igreja de Santa Maria», acrescentou, em declarações ao Sul Informação.

O vinho tem um preço base, simbólico, pelo qual é vendido à ArtGilão e, depois, todos os lucros revertem a favor da loja.

«Somos grandes fãs de Tavira, temos cá vinhas, e tudo o que possa ajudar a contribuir para embelezar, recuperar e restaurar, contem connosco», disse, entusiasmado, José Luís Oliveira da Silva.

 

Jorge Botelho, Miguel Neto e José Luís Oliveira da Silva

 

Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira, também foi à apresentação deste vinho, tendo dito que é «uma excelente ideia mais este passo dado pela ArtGilão».

Para o autarca, o casamento entre a loja e a Casa Santos Lima é mesmo a «simbiose perfeita».

O vinho tinto tem o custo de 6,60 euros, ao passo que o branco e rosé custam 4,70. Todos os interessados podem comprar o vinho nas lojas ArtGilão localizadas nas Igrejas de Santa Maria do Castelo e São Paulo, em Tavira, ou encomendar, através da página de Facebook da ArtGilão para envio para qualquer lugar do mundo.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

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