Jovem: cuidar das florestas “Econtigo, Ecomtodos”

Loulé acolheu o lançamento, a nível nacional, desta nova iniciativa de sensibilização

«Por trás da imagem da floresta que arde, está uma floresta com valor e valores e que é preciso proteger, gerir, ordenar e melhorar». O desafio lançado pelo secretário de Estado Miguel Freitas quer chegar a todos os jovens, os principais destinatários da nova campanha do Governo “Econtigo, Ecomtodos”, lançada esta terça-feira, 19 de Março, na Escola Secundária de Loulé. 

«A floresta precisa da tua garra, determinação, sabedoria e confiança». A frase, retirada do vídeo promocional desta campanha, personifica bem o que quer ser este novo movimento: um alerta para as consciências dos jovens quanto à necessidade de preservar este recurso natural.

Para o efeito, foi criado um site com um quiz, cujo grande objetivo é dar a conhecer aos jovens como podem contribuir para ajudar a floresta. Além disso, neste portal, são mostradas quais são as várias profissões relacionadas com esta área.

João Costa, secretário de Estado da Educação, também esteve presente nesta sessão e realçou a necessidade «de tornar os jovens conscientes de que há vias, quer no Ensino Secundário, como no Superior, dedicadas à floresta e que têm enorme empregabilidade».

 

João Costa, secretário de Estado da Educação

«Quando os jovens acedem ao portal, têm a possibilidade de ver os caminhos que podem tomar. Trabalhamos aqui a parte da cidadania, a questão ambiental, desenvolvimento sustentável, mas também temos, para aqueles que estão a chegar ao fim da escolaridade, o apontar dos percursos possíveis», acrescentou.

Voltando à questão das florestas, Miguel Freitas começou o seu discurso, perante dezenas de estudantes atentos,  dizendo que «a natureza é muito complexa e temos de perceber a complexidade das coisas».

«Estamos num tempo de mudança. Sentimos que a floresta que temos não é a que queremos. Temos de mudar de forma rápida e estamos à procura de ter um modelo que a proteja melhor», acrescentou.

Para o secretário de Estado, a imagem que muitos têm das florestas são os «incêndios», situação que se acentua ainda mais junto dos jovens, habituados a assistir a essas catástrofes pela televisão.

«Estamos à procura de mudar essa imagem, mas é importante referir que o fogo faz parte da floresta. Temos é de estar mais bem preparados para o combater», explicou Miguel Freitas aos jovens de Loulé. Na plateia também estava Matilde Alvim, um dos rostos do movimento que promoveu a Greve Climática Estudantil, que veio de Palmela.

Mas engane-se quem acha que esta foi uma sessão em que só os secretários de Estado é que tiveram oportunidade de intervir.

 

Miguel Freitas, João Costa, Renata Afonso, diretora da Escola Secundária de Loulé, e Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé

 

Da parte dos alunos, houve quem fizesse questão de perguntar o que está a ser feito para atenuar a destruição provocada pelos incêndios.

Miguel Freitas respondeu, aludindo à limpeza de terrenos, aos projetos “Aldeias Seguras Pessoas Seguras”, cabras sapadoras e à construção de 11200 quilómetros de estradas «de proteção das florestas», permitindo, por exemplo, melhorar os acessos àqueles que combatem um incêndio.

Pedro de Sá, aluno do 11º ano, contestou. «Acho que medidas como fazer quilómetros de estrada não são corretas. Afeta-se as florestas e a biodiversidade», considerou.

O secretário de Estado encarou a participação dos alunos como uma boa «provocação». «Esta é a razão pela qual escolhemos promover este movimento nas escolas. A escola é um sítio onde, acima de tudo, procuramos a provocação e foi isso que encontrámos aqui», disse, no final, aos jornalistas.

O jovem aluno Pedro não diminuiu, contudo, o teor das críticas. «O Governo não está a fazer o que devia. Há erros do passado que ainda não foram corrigidos. Eu vivo perto de Monchique e, no incêndio do Verão passado, houve muita falta de informação», acusou.

Mas, uma coisa é certa: esta campanha governamental é «importante», no entender do aluno. «Aprendemos a pensar sobre estas questões e a não engolir sem responder. Isto sensibilizou-me e vou fazer o que estiver ao meu alcance para ajudar a floresta», garantiu.

O objetivo é que, tal como Pedro de Sá, o movimento “Econtigo, Ecomtodos” alerte muitos outros jovens. Mais 100 escolas vão receber conversas como a que ocorreu esta terça-feira, em Loulé, abrangendo um total de 3 mil alunos.

 

 

No Algarve vão ser mais cinco escolas: as Secundárias Padre António Martins de Oliveira (Lagoa), João de Deus, Pinheiro e Rosa (Faro), Laura Ayres (Quarteira) e de Vila Real de Santo António. Todas as outras também vão tomar conhecimento da iniciativa, oferecendo um kit para que os jovens possam fazer este quiz e entrar no movimento.

Um segundo momento da campanha realiza-se em Maio para que o ritmo não se perca. Será um acampamento, em Albergaria-a-Velha, onde os «jovens estarão em contacto com a floresta».

Por isso, já sabes: agora é “Econtigo, Ecomtodos” na prevenção das florestas.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 

 

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