Festival Cenas na Rua arranca hoje em Tavira para 15 dias cheios de teatro e novo circo

Grupos e projetos de Portugal e ainda de Espanha, Itália, França, Alemanha e Argentina vão apresentar-se a partir deste domingo, […]

Grupos e projetos de Portugal e ainda de Espanha, Itália, França, Alemanha e Argentina vão apresentar-se a partir deste domingo, 1 de Julho, e até dia 15, na 14ª edição do Festival Internacional de Teatro e Artes na Rua – “Cenas na Rua”, que decorre nas praças e largos de Tavira, em «espetáculos intimistas e visuais».

Este domingo, às 21h30, o festival arranca com o espetáculo “Fiers à Cheval”, da companhia francesa Les Quidam’s, que andará pelas ruas e depois se apresenta na Praça da República.

 

Veja o programa completo:

Dia 01
“Fiers à Cheval” – Cia. Les Quidam’s (França)
Itinerância e Praça da República
Todos os públicos | performance/musical | 35 min. + 25 min.

Um sonho passageiro, uma procissão de imagens que começa com personagens estranhas, bizarramente vestidas, venezianos de ficção científica, orgulhosas de si mesmos…
Em 30 segundos o mundo transforma-se numa atmosfera de imagens oníricas, as personagens transformam-se em fantásticos cavalos…
Um homenzinho estranho, o “homem das pistas”, presta-se aos jogos, às justas, às coreografias desta fantástica cavalaria…
Uma criação musical original acompanha o espetáculo. Sem palavras, mas com sons, sem barreiras apenas atmosferas musicais…

Dia 02
“The Crazy Mozarts” – Cia Nino Costrini (Argentina / Espanha)
Praça da República
Todos os públicos | música / clown | 45 min.

Um concerto original onde nada é como parece. Uma sinfonia de “gags” absurdos, onde a audiência é cúmplice e participa, ativamente, em cada momento.
Para rir, surpreender-se e cantar junto com estes dois músicos loucos que farão o impossível para sobreviver a este emocionante caos musical.

Dia 03
“Naufragos” – La Industrial Teatrera (Espanha)
Largo frente ao Palácio da Galeria
Todos os públicos | clown | 60 min.

Um espetáculo-clown, onde dois náufragos do quotidiano vivem à deriva.
Um tributo a todos os viajantes que, uma vez, se sentiram naufragados. Um aceno a todos os dias, naufrágios de humor e fragilidade. Uma rua e um espetáculo de teatro de palhaço e, como tal, um circo.

Dia 04
“Nuova Barberia Carloni” – Teatro Necessario (Itália)
Praça da República
Todos públicos | novo circo | 50 min.

Das antigas barbearias permanecem espelhos retangulares encobertos pelo tempo, velhas cadeiras estridentes e instrumentos enferrujados.
Há apenas meio século, o barbeiro era o local de encontro preferido dos cavalheiros. Um lugar discreto para discutir, livremente, os seus assuntos e as suas ideias. E havia música, café e anedotas excêntricas do barbeiro confidente. O barbeiro era, por breves instantes, o ponto nevrálgico da aldeia.
A ideia, por trás do espetáculo, é recriar a atmosfera daqueles tempos não muito distantes, quando o barbeiro costumava cantar, tocar música, servir bebidas, dar conselhos… numa palavra, entreter os seus convidados. E, claro, ele também raspou e cortou o cabelo.
No jogo, o palco não é outro, senão a própria loja de barbeiro, animada por três aspirantes a barbeiros e pelas barracas de uma grande sala de espera. O público ao redor define os confins espaciais e, no final do espetáculo, é parte integrante da sala, ou seja, do espetáculo.

Dia 05
“Sómente” – Teatro SO (Alemanha / Portugal)
Praça da República
Todos os públicos | poesia visual | 45 min.

“Sómente”, premiado em vários países, é um espetáculo poético sobre a solidão na velhice.
Por falta de tempo, em nome do progresso e da evolução rápida da sociedade, os idosos estão a ser esquecidos, até, por vezes, abandonados por amigos e familiares. Acabaram-se os seus sucessos, as suas conquistas, a sua entrega no trabalho, ao longo de anos, e ficam, simplesmente, Sós.
Vagueiam, pela cidade, à espera de uma mudança que algo aconteça ou, simplesmente, que o tempo passe. Só. Num banco de jardim. No vazio de um dia… “Somente”…
Uma peça de teatro na qual o carinho, a emoção e a poesia das imagens estão em primeiro plano (sem texto falado). Espetáculo de grandes dimensões (cenário e personagem – andas), tendo um forte impacto visual no espaço público (teatro de rua).

Dia 06
“Sodade” – Circ Rouages (França)
Praça da República
Todos os públicos | dança / novo circo | 50 min.

A cada noite tempestuosa, um homem velho, exilado, por um longo tempo, aproxima-se do litoral, com a carícia do vento no rosto, e revive memórias distantes. Um sonho acordado por uma nostalgia feliz para nunca esquecer e continuar a viver a todo custo. Em torno de um cabo infinito, quatro corpos, em equilíbrio, evoluirão como as ondas de um tempo passado que retorna e sai repetidas vezes.
Em “Sodade” estão presentes dois músicos para tocar, cantar e contar uma fábula a grande altura.

Dia 08
“Antes de começar” a partir de Almada Negreiros – Companhia da Esquina (Portugal)
Pátio do Palácio da Galeria
Infância | Teatro | 45 min.

Algures, no teatro do mundo, há um boneco e uma boneca que se mexem como as pessoas. Algures, no teatro do mundo, existem os sobreviventes do Grande Circo, dois bonecos que foram salvos pelo Homem, o bonecreiro que sempre cuidou das marionetas que faziam parte do grande espetáculo.
O boneco não sabe que a boneca se mexe como as pessoas e a boneca não sabe que o boneco se mexe como as pessoas. Quando descobrem que se mexem, não sabem se são bonecos ou são pessoas.
As pessoas não sabem que o boneco e a boneca se mexem como elas. Mas o Homem sabe que os seus bonecos têm coração, também ele tem esta certeza de que o coração ao invés da cabeça sabe sempre tudo, ao fim e ao cabo, depois de tantos anos de espetáculos com os seus bonecos, também o homem já não sabe quando é boneco ou quando é homem.
Mas não importa, antes de tudo há que perpetuar o espetáculo, há que continuar a memória do Grande Circo, há que comunicar. O homem, antes de começar, anuncia o espetáculo.
Fantoches? Marionetas? Talvez. Mas… silêncio, por favor. Porque a peça antes da peça já começou. Afinal, no Teatro do Mundo o espetáculo nunca acaba.

Dia 09
“A Barca” – Companhia da Esquina (Portugal)
Largo frente ao Castelo
Todos os públicos | Teatro físico | 45 min.

Abarca é a passagem, a espera, a vontade de ir, o embarque, o outro lado.
A partir de “O auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente, uma desconstrução dos sentidos e do universo farsesco. Uma abordagem onírica, através do teatro físico, uma ampliação dos elementos simbólicos do espetáculo, uma farsa grotesca com possibilidades de diálogo entre a gestualidade, a máscara e a performance.

Dia 10
“The Incredible Box” – La Tal (Espanha)
Praça da República
Todos os públicos | performance / instalação | 50 min.

Mais de 150 anos após sua estreia, The Incredible Box continua a fazer sucesso. Hoje o diretor, bisneto do fundador, e dois ajudantes tentam manter o espetáculo… não tem o esplendor do começo, mas mantêm algumas fantasias, cenário e espírito.
Mas o tempo passa, os cantores perdem a voz, os acrobatas os reflexos e os atores lembram-se que o talento artístico não é herdado.
Talvez no final de tanto tentar ser magnífico, eles consigam.

Dia 11
“Rojo Estandar” – La Nordika (Espanha)
Largo frente ao Palácio da Galeria
Todos os públicos | dança / circo | 45 min.

Dois seres opostos encontram-se numa cena banhada pelo surrealismo, presente de cores marcam o seu ritmo e o amor, guiado pelo circo e pela dança.
Apresenta-se um trabalho, totalmente, circular, projetado para o espetador a 360º. O amor e a vida, que fazem girar, possibilitam uma viagem através de emoções, encontros e desentendimentos.

Dia 12
“E-Nxada” – Cia Erva Daninha (Portugal)
Jardim do Coreto
Todos os públicos | circo contemporâneo | 35 min.

Espetáculo de circo contemporâneo que remete para a ruralidade, a sua desconstrução e o imaginário sob um ponto de vista urbano e contemporâneo. Investigação artística, através da relação do corpo e do objeto em cruzamento com a instalação plástica, composição sonora e iluminação.
Uma alusão poética ao trabalho da terra por meio de um objeto/alfaia ancestral que relaciona o homem com a paisagem. Parte-se do ritual, do esforço e da resistência para, simbolicamente, apresentar um qualquer ciclo agrícola. Cavar, semear, germinar, regar e colher.
Através da desconstrução da enxada alude-se ao espírito da materialidade rural para o contexto urbano, crescentemente imaterial/evanescente. Recordar as origens, a importância da agricultura na fixação dos povos, o seu desenvolvimento e a relação do homem com a natureza.
Dialéticas arcaicas/contemporâneas, no território português, em transformação acelerada. Onde fica o rural e para onde segue?

Dia 13
“Cardume” – Armação do Artista (Portugal)
Baixa de Tavira
Todos os públicos | animação itinerante | 35 min.

Os peixes são personagens com inspiração no imaginário de Rene Magrite.
Estes peixes transportam-nos para uma linguagem de impacto poético-visual, influenciado por um “realismo mágico” baseado no amor surrealista aos paradoxos visuais, onde o grupo de personagens é um quadro vivo de cariz surreal.

Dia 14
Ana Bola a solo (Portugal)
Praça da República
Todos os públicos | stand up comedy | 60 min.

Ana Bola dispensa apresentações: comediante, autora, uma das mais incontornáveis atrizes portuguesas, transversal a todos os públicos e gerações.
Sozinha em palco, em formato de stand up, Ana Bola fala sobre si, da sua profissão, da sua vida pessoal e percorre a atualidade, falando, sobretudo, sobre a vida dos outros e do dia-a-dia.
Tudo isto com uma visão irónica, e muito própria do mundo, que não deixa de provocar muitas gargalhadas.

Dia 15
Lisbon Poetry Orchestra (Portugal)
Praça da República
Todos os públicos | poesia / música | 45 min.

A Lisbon Poetry Orchestra é um coletivo multidisciplinar formado por um núcleo de quatro músicos a que se juntaram quatro vozes e que convidam outros artistas para celebrar e interpretar a poesia numa viagem, verdadeiramente, única à descoberta e reinvenção da palavra dita.

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