Associações empresariais do Algarve «condenam veementemente» avanço da prospeção de petróleo

As principais associações de empresários do Algarve «condenam veementemente» a decisão do Governo em autorizar a realização de um furo […]

Imagem de Arquivo

As principais associações de empresários do Algarve «condenam veementemente» a decisão do Governo em autorizar a realização de um furo de prospeção de hidrocarbonetos ao largo de Aljezur, sem estudo prévio de impacto ambiental.

ACRAL, AIHSA, AHETA, CEAL e NERA tomaram uma posição conjunta, na qual reafirmam a sua oposição a qualquer atividade ligada à prospeção e exploração de petróleo e gás natural no Algarve e nas suas águas.

Os empresários algarvios defenderam que «o contrato em vigor deve ser rescindido» e prometem «continuar, pela via judicial, a lutar contra este processo».

«As associações empresariais do Algarve denunciam em particular a forma pouco transparente da atuação do Governo, ao renunciar à exigência prévia de um estudo de impacto ambiental, o que acaba por confirmar que ela não obedece a qualquer estratégia económica, mas a uma agenda política de curto prazo, colocando sucessivamente a região perante factos consumados, para dizer mais tarde que “temos que respeitar os compromissos”», acreditam as cinco associações empresariais.

Esta agenda é confirmada, na visão dos empresários, pelo anúncio feito pelo governo, de prorrogação para 2019 do prazo para a atribuição de novas licenças para prospeção de petróleo. «Isto é, adia para depois das próximas eleições, procurando assim evitar contestações até lá», acusam.

Para as associações, as atividades ligadas à exploração petrolífera colocam em causa a indústria do turismo, «o principal setor exportador de Portugal (15 mil milhões de euros em 2017)», valor para o qual o Algarve contribuiu com «cerca de 50%».

«Uma quebra anual de 15 ou 20% nas receitas do turismo internacional da região – provocadas por uma deterioração da imagem de marca do Turismo no Algarve – representaria uma diminuição das receitas na ordem dos 1000 a 1500 milhões de euros, o que – pelos incertos números teóricos que são avançados pelos promotores da exploração petrolífera – é muito mais do que os eventuais benefícios do petróleo na diminuição das nossas importações de combustíveis», alegam.

«Os empresários do Algarve, as suas associações e instituições representativas, e todos os cidadãos, devem manter-se unidos nesta batalha contra a prospeção e exploração de petróleo e gás em qualquer parcela da sua região, em terra ou no mar», concluem.

O comunicado conjunto é assinado pela ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, AIHSA – Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve, CEAL – Confederação dos Empresários do Algarve e NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve.

Comentários

pub