Adesão à greve dos enfermeiros no Algarve ronda os 65 por cento

Os enfermeiros cumprem esta sexta-feira novo dia de greve, com a adesão no Centro Hospitalar do Algarve a situar-se na […]

Greve Enfermeiros_Hospital Faro_Nov 2014_1Os enfermeiros cumprem esta sexta-feira novo dia de greve, com a adesão no Centro Hospitalar do Algarve a situar-se na ordem dos 65 por cento.

Ao final da manhã, a delegação do Algarve do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses fez um balanço do andamento da paralisação, na região, que aponta para uma forte adesão por parte destes profissionais de saúde.

Na altura, só havia dados concretos dos três hospitais algarvios. Aqui, segundo os números do SEP, tanto no turno da manhã como no da madrugada, a adesão andou entre um mínimo de 50 por cento e um máximo de 94 por cento.

Em conversa com os jornalistas, o coordenador algarvio deste sindicato Nuno Manjua especificou que, durante a madrugada e manhã, respetivamente, a adesão foi de 66 e 64 por cento, em Faro, de 94 e 78 por cento, em Portimão e de 50 e 73 por cento, em Lagos.

Os números dos centros de saúde ainda não estavam completamente apurados, na altura, mas Nuno Manjua adiantou que, pelo menos no serviço de cuidados personalizados de São Brás «a adesão foi total», o que levou ao encerramento da unidade.

Também no Hospital de Faro houve consequências. «Os Blocos Operatórios de ambulatório não estão a funcionar. Nos gerais, apenas estão a ser realizadas cirurgias urgentes», revelou.

Nuno Manjua: Contratação de 90 enfermeiros para o Algarve “não chegou para suprir as saídas que já tinham acontecido e continuam a verificar-se”

Esta foi a segunda sexta-feira consecutiva em que os enfermeiros portugueses fizeram greve, com os números da adesão a serem «semelhantes» nos dois dias. A diferença de uma semana para a outra está, revelou Nuno Manjua, na indignação destes  profissionais de saúde.

Em causa, o apelo do ministro da Saúde ao cancelamento da greve, devido ao surto de legionella que houve, na passada semana, em Vila Franca de Xira.

«Nessas declarações, o ministro admite que os enfermeiros são extremamente necessários. Mas, em termos negociais, falta-nos ao respeito», disse o coordenador do SEP/Algarve. «Mostrou-se preocupado com o surto de legionella. Mas já se perguntou quantas pessoas já morreram devido à falta de enfermeiros?», questionou Nuno Manjua.

Este episódio veio azedar uma relação já por si tensa entre os enfermeiros e a tutela. Estes profissionais de saúde já levaram a cabo diversas greves, em 2014, incluindo de âmbito regional, devido à falta de enfermeiros, na região.

Nuno Manjua_SEP AlgarveE apesar de «alguns avanços no que toca à contratação», houve «zero evolução nas matérias importantes», segundo Nuno Manjua, que acusa o ministério de «arrogância, desrespeito e  ignorância».

O Governo avançou, na altura do verão, para a contratação de 90 profissionais de saúde para a região, mas, asseguram os enfermeiros, o impacto da medida foi pequeno. Isto porque a integração destes novos trabalhadores «não chegou para suprir as saídas que já tinham acontecido e continuam a verificar-se». «No dia em que o ministro veio cá [a Portimão] anunciar a contratação destes novos enfermeiros, saíram 15, para o Médio Oriente», revelou.

A exigência de contratação de mais enfermeiros é uma das principais razões da luta dos enfermeiros, a nível nacional, a que se alia a da garantia «das 35 horas semanais». «Há enfermeiros a fazer 40 ou mais horas por semana. Não é só por nós que pedimos, é pela população», garantiu, já que esta situação aumento o risco de falhas no serviço

 

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