2014: o pior ou o melhor

Na passagem do ano, sempre oramos por um ano melhor. Como pode um consultor apoiar o povo que ele tanto […]

Na passagem do ano, sempre oramos por um ano melhor. Como pode um consultor apoiar o povo que ele tanto ama? Torcer os dados, como políticos, para receber aplausos?

Trago dados do mundo real. Há muito, governos oferecem apoio aos cientistas para prever crises e catástrofes. Mas não usam o resultado para as prevenir. Foi o caso de vários tsunamis no exterior, as derrocadas nas falésias do Algarve, as enxurradas na Madeira, os incêndios rurais.

No manual «Portugal Rural», vários autores alertaram para os ciclos, económicos, financeiros, tecnológicos, climáticos, etc. Alguns coincidem e trazem depressões, i.e, longas recessões, e grande desemprego. É o que acontecerá em fins de 2014.

Já sentimos os efeitos das explosões solares do ano passado, com extremo frio e extremo calor, concentração de furacões e tempestades. Isto irá piorar em 2014 e afetará a produção alimentar com aumento dos preços. Ao mesmo tempo, o preço do petróleo irá aumentar e os comerciantes mundiais de cereais, que não puderam aumentar os preços na crise, subirão as margens de lucro.

A forte concentração em entretenimento na crise, o que sempre se repete, reduziu o foco em melhorar produtos e assim teremos poucas inovações úteis para o consumidor.

A instabilidade na Zona Euro aumentará, pois os políticos não querem tomar as medidas impopulares, mas necessárias, para sanar o descontrolo do setor. Assim, os investidores continuarão a preferir os países onde há pouca burocracia e muito empenho social: Austrália, Nova Zelândia, Colômbia, Argentina, Chile e no Leste.

O aumento do fluxo turístico em Portugal em 2013, que não trouxe mais receita nem emprego, poderá cair no próximo ano, com o retorno à normalidade nos países que concorrem connosco, Marrocos, Tunísia, Turquia. Isto afetará sobretudo o Algarve, que não se demarcou, como o Alentejo e o Norte, com as suas mais-valias culturais.

A Troika continuará a exigir sacrifícios para melhorar a rentabilidade do mundo financeiro, não o real. Este ano, os juros da dívida vão aumentar. Então o que fazer? Protestar! E levar petições com milhares de assinaturas à Assembleia da República para exigir audições com estes cientistas e não com políticos que ignoram o mundo real.

Yes we can – Together!

 

Jack Soifer é autor dos livros «Como sair da Crise», «Transportes», «Portugal Rural», «Algarve/Alentejo – My Love» e «Ontem e Oje na Economia»

 

 

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