Quercus apela a consumo responsável, reutilização e compras locais para um Natal mais sustentável

Em contagem decrescente para o Natal, a Quercus apresenta, como já é hábito nesta quadra, recomendações simples para reduzir o […]

Em contagem decrescente para o Natal, a Quercus apresenta, como já é hábito nesta quadra, recomendações simples para reduzir o impacte ambiental desta época festiva, associado nomeadamente ao aumento do consumo e da produção de resíduos.

Aproveitando o facto de em 2014 se assinalar, simultaneamente, o Ano Internacional da Agricultura Familiar e o Ano Europeu contra o Desperdício Alimentar, a Quercus procura, através destes conselhos, «sublinhar a importância de recuperar tradições como o comércio de proximidade, bem como de fazer um consumo racional e moderado, privilegiando a reutilização de materiais».

«No atual cenário de contenção económica, muitas destas sugestões demonstram, uma vez mais, como a adoção de bons hábitos ambientais é favorável a uma maior poupança no orçamento familiar», salienta a associação.

 

Decoração

1 – No que respeita à árvore de Natal, quem optou por uma árvore natural em vaso deverá tentar que seja de uma espécie autóctone e proveniente de um viveiro legal.
Esta opção permite que, após uma ou mais utilizações, a árvore possa ser plantada no solo.
Alguns viveiros já efetuam o aluguer de pinheiros e de outras árvores apenas por um período específico e essa poderá ser uma boa opção para quem não pretende manter a árvore por muito tempo.
Outra excelente opção passa por usar como árvore de Natal os ramos provenientes de podas e cortes feitos na floresta de forma responsável, na medida em que estes não implicam o corte ou o abate de árvores, podendo estes resíduos ser compostados após o Natal.

2 – Para a decoração de Natal, não devem ser utilizados elementos naturais provenientes de espécies em perigo, como o azevinho silvestre; em alternativa deve procurar-se os viveiros autorizados que produzam artificialmente esta planta em vaso, tentando usá-la viva.
No entanto, a escolha deve recair sobretudo sobre outras plantas não ameaçadas, privilegiando os elementos também provenientes de podas e cortes feitos de forma responsável e que garantam a sobrevivência futura desses espécimes.
A alternativa poderá passar por uma decoração artificial, apostando-se no uso de materiais resistentes, de forma a que se possam reutilizar no futuro;

3 – Os enfeites e adereços natalícios devem ser bem mantidos e guardados até ao próximo ano, de modo a permitir a sua reutilização; uma boa ideia para renovar a decoração é promover a troca de enfeites entre familiares ou amigos no próximo Natal;

4 – Quanto à iluminação, seja da árvore ou da varanda, apesar de já ser maioritariamente de tecnologia LED, deve ser utilizada de forma racional, desligando-se durante a noite ou quando não está ninguém em casa;

 

Presentes

1 – Quando viável, devem ser utilizados os transportes públicos nas deslocações às compras, reforçando-se aqui a mais-valia de comprar perto de casa, aproveitando, por exemplo, a cada vez maior ocorrência de feiras e mercados locais;

2 – Deve privilegiar-se produtos úteis, duráveis, educativos, com pouca embalagem e inócuos em termos de substâncias perigosas;

3 – O papel de embrulho e os sacos para as prendas devem ser reutilizados sempre que possível;

4 – Na oferta de:

– prendas alimentares: a escolha deverá recair sobre produtos de origem nacional (vinhos, azeite, artesanato, doçaria tradicional, frutos secos), sendo de preferir os produzidos em modo de produção biológica;
– produtos de perfumaria, cosmética ou higiene pessoal: deve-se escolher marcas com produtos naturais, biológicos e que não fazem testes em animais (consultar a listagem disponibilizada pela Liga Portuguesa dos Direitos do Animal).
– equipamentos elétricos e eletrónicos: é importante pesquisar previamente quais as marcas mais seguras e ambientalmente mais sustentáveis (consultar páginas da Greenpeace e do projeto Topten.pt da Quercus);

5 – Quando não se sabe o que oferecer:

– Uma opção poderá ser a oferta de uma inscrição como sócio de associações cívicas (como por exemplo Associações de defesa do Ambiente) ou de um donativo a uma determinada causa ou projeto (apadrinhando um animal selvagem, por exemplo);
– Os cheques-prenda são uma boa opção, estando disponíveis em livrarias, teatros; lojas de roupas ou de outros bens;

6 – A par das ofertas a familiares e amigos, é possível ajudar quem mais precisa sem gastar dinheiro. Por exemplo, através de campanhas de solidariedade social ou oferecendo objetos sem uso em plataformas de trocas ou doações.

 

Mesa de Natal

1 – De modo a evitar o desperdício de alimentos, deve ser feita uma lista de compras daquilo que é mesmo necessário, tendo em conta o número de pessoas que participam na Ceia ou almoço de Natal;

2 – Seja para economizar ou evitar um maior consumo de produtos embalados, o melhor é confecionar a maior parte dos pratos e sobremesas em casa, privilegiando produtos locais/regionais/nacionais, adquiridos no comércio local e, se possível, de origem biológica e/ou do provenientes de redes de comércio justo;

3 – Algumas cooperativas locais promovem a compra de cabazes de produtos locais, privilegiando o contacto direto entre produtor e consumidor, e reduzindo a pegada de carbono destes alimentos;

4 – Na altura de pôr a mesa, deve-se optar por louça lavável e atoalhados de tecido, renunciando aos utensílios descartáveis.

 

Resíduos no sítio certo

1 – A filosofia da reutilização deve ser aplicada sempre que possível, desde o papel de embrulho e dos adereços, aos sacos, frascos, caixas e outros recipientes com potencial de reaproveitamento;

2 – Entre o que não for possível reaproveitar, deve ser feita a separação seletiva das embalagens – papel/cartão, plástico, metal – embora seja essencial aguardar alguns dias até depositá-las no ecoponto, de modo a evitar acumulações nos contentores;

3 – O conselho anterior aplica-se também ao lixo indiferenciado, que deve ser depositado com cautela e apenas em contentores com capacidade, devendo-se antes comprovar que o município está a fazer recolha de lixo durante estes dias; no caso da cidade de Lisboa, por exemplo, este cuidado deve ser redobrado perante a anunciada greve dos serviços higiene e limpeza urbana no Natal.

Apesar de serem particularmente relevantes num período de grande consumo como é o Natal, a grande maioria das recomendações anteriores são aplicáveis durante todo o ano, no nosso quotidiano.

A Quercus deixa, por isso, o desafio aos portugueses para refletirem, em 2014, sobre de que forma podem tornar o seu dia-a-dia ainda mais sustentável.

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