Coligação «Servir Portimão» quer saber razões da transferência de funções para a Portimão Urbis

«Qual o grandioso motivo que conduziu à transferência de competências da autarquia para a Urbis? Que interesses geram tanta polémica […]

«Qual o grandioso motivo que conduziu à transferência de competências da autarquia para a Urbis? Que interesses geram tanta polémica entre a Câmara Municipal e o restante setor empresarial da administração local?». Estas são as questões que a coligação «Servir Portimão», que junta CDS, PPM, MPT e independentes, considera não terem ainda sido ainda respondidas pelo presidente da Câmara de Portimão.

A coligação liderada pelo centrista José Pedro Caçorino, que se candidata à Câmara nas Eleições Autárquicas de 29 de setembro próximo, em comunicado hoje divulgado, começa por manifestar a sua «satisfação pela postura de coragem e elevação dos funcionários da Câmara Municipal de Portimão que, preocupados com o futuro dos seus postos de trabalho, decidiram subscrever o abaixo-assinado em questão, solicitando esclarecimentos sobre as intenções do atual Executivo quanto à transferência de competências entre a autarquia e a Portimão Urbis e sobre a manutenção dos postos de trabalho».

O abaixo-assinado, tal como o Sul Informação revelou em primeira mão, reuniu mais de 300 assinaturas de funcionários da Câmara de Portimão, nomeadamente de algumas chefias, tendo sido entregue na segunda-feira ao presidente da autarquia, o socialista Manuel da Luz, que não se recandidata por ter atingido o limite máximo de mandatos.

Em resposta, o edil garantiu, em «nota informativa» enviada por email interno a todos os funcionários da Câmara, da qual o Sul Informação também deu conta, que não existe «qualquer quota de colaboradores a despedir» na Câmara de Portimão, e que, se há funções que são transferidas para a Portimão Urbis, há outras que regressam da empresa municipal para a esfera da autarquia.

Mas a coligação «Servir Portimão» considera que as explicações dadas por Manuel da Luz não são suficientes, defendendo que «o abaixo-assinado em causa revela, acima de tudo, o clima de medo, insegurança e falta de informação que os funcionários do Município vivem no seu dia-a-dia quanto ao futuro das suas funções e à estabilidade dos seus postos de trabalho, tendo em conta particularmente a delicada situação financeira que tanto a autarquia como a Portimão Urbis vivem neste momento».

Realça mesmo que «a tomada de posição dos funcionários é um salutar ato de cidadania e de responsabilidade profissional, próprio de servidores do interesse público que, acima de tudo, se preocupam com a qualidade do serviço prestado pela autarquia a todos os portimonenses».

A coligação «Servir Portimão» diz também que «insinuar, aliás, de forma insidiosa, que os funcionários em questão foram politicamente manipulados, é passar um atestado de menoridade a pessoas que, na defesa dos seus postos de trabalho e das funções da Câmara Municipal de Portimão, limitaram-se a pedir um esclarecimento», considerando igualmente que «ameaçar, ainda que de forma velada, as Chefias da Autarquia que subscreveram o abaixo-assinado, é ultrapassar os limites da falta de respeito pelos mesmos funcionários e demonstra o total desnorte de quem sabe que já não tem qualquer poder, porque nunca soube liderar os destinos da Câmara Municipal de Portimão e de todo o setor empresarial local».

A coligação afirma ainda, no seu comunicado, que «o difícil contexto económico-financeiro que levou ao surgimento do abaixo-assinado em questão mais não é do que o resultado da política desastrosa dos “velhos rumos” do Partido Socialista ao longo dos últimos dois mandatos».

E passa depois ao ataque à candidata socialista à Câmara de Portimão, Isilda Gomes, que já foi vereadora na autarquia: «a posição manifestada pela candidata do Partido Socialista revela que, contrariamente aos slogans pomposos de campanha eleitoral, a respetiva candidatura às próximas eleições autárquicas mais não é do que a continuação do mesmo status quo. Apregoar “Novos Rumos” e faltar ao respeito pelos funcionários da autarquia mais não é do que persistir nos velhos vícios do PS».

O comunicado recorda também que «foi a atual candidata socialista a primeira administradora da então “Expoarade” – que viria a ser integrada na empresa “Portimão Urbis”- e também a pessoa responsável pelo início do descalabro, do despesismo e da falta de transparência das empresas municipais, de onde decorre que há pouca legitimidade política para falar em “Novos Rumos”».

A coligação «Servir Portimão» faz ainda acusações aos próprios funcionários da Portimão Urbis, quando acusa «os executivos socialistas», de ser «os únicos que, governando a cidade ao longo de quase quatro décadas, criaram a diferenciação salarial dos colaboradores municipais, a abertura de “job for the boys”, a promiscuidade na entrada de colaboradores sem perfil apenas para pagar favores políticos, bem como privilégios a familiares diretos e indiretos dos atuais dirigentes socialistas».

«Numa altura em que tanto se fala de transparência, tráfico de influências e de injustiças laborais à escala nacional, será bom pensarmos o que foi feito no nosso concelho a esse nível», acrescenta o comunicado.

Por tudo isso, os candidatos que integram as listas da coligação «Servir Portimão« e, de um modo particular, o candidato à Câmara José Pedro Caçorino, afirmam manifestar «o seu firme propósito de, logo que sejam eleitos, trabalharem em conjunto com todos os funcionários da autarquia e das empresas municipais».

«Todos juntos, num espírito de partilha de experiências e de competências, será possível construir uma nova forma de organização dos serviços camarários e de todo o setor empresarial local que, salvaguardando a manutenção dos postos de trabalho, permita satisfazer as necessidades das populações, assegurando ao mesmo tempo que os funcionários da autarquia poderão desenvolver a sua atividade profissional de um modo condigno», conclui o comunicado da coligação liderada por José Pedro Caçorino.

Comentários

pub