Círculo Teixeira Gomes defende mais autonomia para Universidade do Algarve

O Círculo Teixeira Gomes (CTG) quer ver a autonomia das universidades regionais reforçada e que seja aberto um «quadro de […]

O Círculo Teixeira Gomes (CTG) quer ver a autonomia das universidades regionais reforçada e que seja aberto um «quadro de exceção para as universidades que exercem as suas atividades em regiões periféricas do País», como é o caso da Universidade do Algarve, numa altura em que o financiamento das Instituições de Ensino Superior está a sofrer reduções.

Para a Associação pelo Algarve CTG, esta discriminação positiva justifica-se «pelo papel de relevo que tais instituições desempenham na atenuação dos custos inerentes ao funcionamento dos espaços territoriais periféricos e no seu contributo para a promoção do objetivo nacional consubstanciado na obtenção, até 2020, de uma taxa de escolaridade superior a 40 por cento».

«A salvaguarda e o reforço da autonomia universitária, que não apenas de cariz administrativo, permitirá conseguir mais e melhores recursos, a adequação das respostas da Universidade às necessidades da região e do País, potenciando as especificidades locais e a diferenciação produtiva, qualidades que representam mais-valias num mundo que não se deseja igual e onde as pequenas regiões indiferenciadas tendem a perder por falta de dimensão crítica», ilustrou o CTG numa nota de imprensa.

Para que isso seja uma realidade, exortou, por um lado, os políticos, nomeadamente os deputados à Assembleia da República, «a manterem-se no caminho do respeito dos valores que enformaram a criação da Universidade do Algarve (…) no âmbito dos processos de decisão envolvendo a Universidade do Algarve, na seleção das opções que garantam o seu desenvolvimento em prol do progresso sustentado do País no seu todo».

Por outro, desafiou os empresários, «particularmente os que desenvolvem a sua atividade na região, para que procurem estabelecer parcerias com a Universidade, de modo a poder responder às dificuldades através da adoção de soluções criativas, adequadas e que diferenciem os nossos produtos e a nossa gestão».

Já à comunidade académica, o Círculo Teixeira Gomes pede que «procure abrir-se mais às realidades do mundo que a envolve, numa demonstração de atitude proativa, para continuarem a contribuir para o progresso de cada um e de todos nós».

Na nota enviada às redações, os membros do CTG lembraram palavras do Presidente da Comissão Instaladora da UAlg Manuel Gomes Guerreiro:

«Entendendo-se que cada vez mais o conhecimento constituirá o melhor bem da humanidade, que só o ensino pode proporcionar, defende-se a aprendizagem como forma da sua aquisição e da valorização global dos recursos de que o Homem é, por certo, o mais valioso…a Universidade que se pretende instalar no Algarve terá uma prática de ensino-investigação-participação, que permitirá encontrar ou sugerir, no decurso do tempo, as soluções inovadoras e objetivamente úteis ao desenvolvimento regional…a universidade regional-temática que aqui se propõe, sendo uma instituição aberta…deverá interessar-se, por conhecer e valorizar todas as forças e recursos regionais procurando uma prática que aponte para a melhor qualidade de vida e desenvolvimento integral das comunidades» *

*in Universidade do Algarve – Proposta de Instalação, Faro, 1981

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