PCP diz que privatização da ANA traz «novos perigos para o Algarve»

O PCP considera que a privatização da ANA, que apelida de «criminosa», traz «novos perigos para o Algarve». «Esta é […]

O PCP considera que a privatização da ANA, que apelida de «criminosa», traz «novos perigos para o Algarve».

«Esta é uma decisão que sendo trágica para os interesses do país, não é menos grave no seu impacto para os interesses da região do Algarve, cuja principal atividade – o turismo – está profundamente dependente de uma infraestrutura como o Aeroporto de Faro», salientam os comunistas.

A Direção Regional do Algarve (DORAL) do PCP considera que «esta importante infraestrutura ficará única e exclusivamente subordinada aos interesses do grupo económico que a pretende adquirir, sendo que o aumento brutal das taxas aeroportuárias no Aeroporto de Lisboa, entretanto anunciado, é bem o exemplo dos perigos que esta opção encerra».

«O mesmo se poderá dizer das futuras condições de trabalho de centenas de trabalhadores do Aeroporto de Faro que, à semelhança de outras privatizações, poderão ver os seus direitos, postos de trabalho e remunerações ainda mais ameaçados», acrescenta a DORAL.

Para o PCP, a decisão de vender 95% do Grupo ANA à multinacional francesa Vinci «só faz crescer a necessidade e urgência de libertar Portugal deste governo, desta política e do Pacto de Agressão que PS, PSD e CDS assumiram com a União Europeia, BCE e o FMI».

«Tendo este processo decorrido sobre o falso pretexto do equilíbrio das contas públicas, importa sublinhar que os”impressionantes” 3 mil milhões de euros de encaixe conjuntural têm que ser comparados com o que as contas públicas perdem de forma estrutural. Lembramos que só nos últimos 10 anos a ANA representou um encaixe de 2 mil milhões entre as receitas que entregou e o investimento público que assumiu», sublinham os comunistas.

O PCP acrescenta que «foi graças às receitas da ANA que ao longo das últimas décadas se concretizou uma importante modernização da rede aeroportuária nacional (incluindo no Algarve). É ainda a manutenção e desenvolvimento da rede aeroportuária nacional, incluindo em Faro, que fica em causa, dado os resultados deficitários da generalidade dos aeroportos do País, por tráfego insuficiente, e que só uma empresa pública, nacional, com integração de todas as infraestruturas como a ANA, permite assegurar».

Não estando ainda concluído este processo, o PCP reafirma que «a luta contra esta criminosa privatização deve prosseguir, contando com a ativa participação dos trabalhadores da ANA, mas contando igualmente com a luta dos trabalhadores de todo o sector aéreo nacional cuja viabilidade fica ameaçada, e contando ainda com a luta de um vasto e consequente conjunto de patriotas portugueses, que não reconhecem a nenhum governo legitimidade para privatizar e destruir uma das mais importantes empresas do país e de entregar à lógica do lucro privado uma das mais estratégicas infraestruturas nacionais».

Para os comunistas, «a privatização da ANA – e o seu contrato de concessão – cujo processo se iniciou há largos anos e contou com a colaboração de sucessivos governos, sendo contrário aos interesses do país, acabará por colocar, a um futuro governo patriótico e de esquerda, a necessidade de o reverter».

Comentários

pub