Rota Vicentina é «trilho de desenvolvimento»

A primeira placa do troço algarvio da Rota Vicentina já está colocada. Foi esta manhã que José Amarelinho, presidente da […]

A primeira placa do troço algarvio da Rota Vicentina já está colocada. Foi esta manhã que José Amarelinho, presidente da Câmara de Aljezur, e Ana Bela Martins, vereadora da Câmara de Vila do Bispo, colocaram as últimas pazadas de cimento para segurar a placa que, a partir de agora, está colocada junto à ponte sobre a ribeira de Seixe, à entrada de Odeceixe.

Anabela Santos, da associação Almargem, responsável pelo troço algarvio desta rota pedestre de 340 quilómetros que liga Santiago do Cacém ao Cabo de S. Vicente, adiantou que, até ao final de setembro, as restantes placas estarão colocadas, assim como estarão terminadas as pinturas que indicam os percursos, num trabalho que começou a 9 de agosto.

«Vamos ter tudo pronto em fins de setembro ou princípio de outubro, mesmo no início da época propícia para estas caminhadas», explicou Anabela Santos.

Na pequena cerimónia que assinalou a chegada da Rota Vicentina ao Algarve, o autarca José Amarelinho fez questão de salientar que este projeto promovido pela associação Casas Brancas, com a colaboração da Almargem, «é exatamente o que faltava na aposta que temos vindo a fazer noutro tipo de turismo para Aljezur». «Quando começámos a falar sobre a Rota Vicentina, vimos que as ideias que tínhamos encaixavam no trabalho das associações, como a Casas Brancas e a Almargem, daí o nosso apoio a este projeto».

Salientando que a Câmara de Aljezur quer «por no terreno uma rede saudável de turismo em espaço rural», José Amarelinho acrescentou que a Rota Vicentina é «um trilho de desenvolvimento». É que, disse, é preciso ter em conta «todo o negócio que se gera em termos de turismo ambiental, gerando empregos diretos e indiretos».

Isso mesmo seria salientado por Rudolf Muller, presidente da associação Casas Brancas, principal promotora da Rota Vicentina: «este projeto não é a salvação de tudo, mas pode fazer a diferença», porque «vai ajudar os pequenos empresários a melhorar o seu negócio», mexendo com muitos setores, «desde o alojamento, ao restaurante, ao café, à animação, e ao taxista».

Rudolf Muller manifestou ainda o seu orgulho «por termos sido nós, pequenos empresários turísticos, a seguir este caminho» e salientou o apoio que a associação Casas Brancas tem recebido para este seu projeto da parte das Câmaras Municipais, tanto no troço alentejano da Rota Vicentina, como no algarvio. «Temos tido as portas imediatamente abertas nas Câmaras Municipais».

«O objetivo é que a Costa Alentejana e Vicentina passem a ser conhecidas como uma zona de turismo de natureza. Há um mercado imenso à nossa frente!», concluiu Rudolf Muller.

Anabela Santos, da Almargem, disse, por seu lado, que a colocação da primeira placa da Rota Vicentina em Odeceixe é «o culminar de muitos meses de trabalho». Salientou ainda a importância das parcerias, nomeadamente «do repto que nos foi lançado pela associação Casas Brancas, para também participarmos neste projeto».

Anabela Santos acrescentou que as pinturas do Caminho Histórico estão «praticamente acabadas», faltando concluir as do Trilho dos Pescadores e a colocação das placas, a cargo da empresa Floema. E fez votos para que as placas acabadinhas de colocar não sejam vandalizadas, como infelizmente já tem acontecido. Tudo para que a Rota Vicentina, nos seus 340 quilómetros desde Santiago de Cacém ao Cabo de S. Vicente, possa ser percorrida na totalidade, sem problemas, apenas seguindo as indicações presentes no terreno.

José Amarelinho e Ana Bela Martins, bem dispostos, na colocação da primeira placa

Marta Cabral, da associação Casas Brancas disse ao Sul Informação que o guia de campo em papel com toda a informação sobre esta grande rota e os seus dois trilhos deverá estar concluído e pronto a lançar em finais do corrente ano, a par da conclusão e atualização do site.

O site passará então a disponibilizar toda a informação não só sobre os percursos em si, mas também sobre alojamentos, restaurantes, apoios, e outros elementos de interesse para os turistas que queiram percorrer a Rota Vicentina.

Também mais ou menos na mesma altura será disponibilizado o mapa à escala 1:50.000, que tem estado a ser preparado em conjunto com o Instituto Geográfico do Exército, e que conterá, pela primeira vez, os dois trilhos e demais pontos de apoio (alojamentos, restauração).

Enquanto nada disso está pronto, a Rota poderá ser percorrida no terreno a partir do princípio de outubro, quando toda a sinalética estiver implantada. «Já há muita gente a perguntar nos postos de turismo e a contactar-nos diretamente, para saber pormenores sobre a Rota Vicentina. Mas só agora, depois de passados os calores do verão, é que haverá condições para ela ser verdadeiramente lançada», disse Marta Cabral.

A Rota Vicentina está dividida em dois percursos – o Caminho Histórico, pelo interior, com 241 quilómetros e treze etapas, e o Trilho dos Pescadores, pela costa, com 115 quilómetros.

Resultado de uma candidatura a fundos comunitários, que reúne a Associação Casas Brancas, como promotora, a Associação Almargem (co-promotora), municípios, o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, a Rota Vicentina representa um investimento de 540 mil euros.

 

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