Campanha de recolha do Banco Alimentar “sai à rua” este fim-de-semana

Os Bancos Alimentares realizam este fim-de-semana (26 e 27 de maio) mais uma campanha de recolha de alimentos em supermercados […]

Os Bancos Alimentares realizam este fim-de-semana (26 e 27 de maio) mais uma campanha de recolha de alimentos em supermercados de todo o país. Só no distrito de Faro, os voluntários do Banco Alimentar contra a Fome no Algarve (BACFA) vão estar presentes em cerca 130 estabelecimentos comerciais a recolher donativos, numa região que tem por hábito ser solidária na hora de ajudar.

Nuno Alves, responsável do BACFA, em conversa com o Sul Informação, realçou que seria bom que “nesta campanha intermédia – a outra realiza-se no último fim-de-semana de novembro – as pessoas continuem a colaborar como têm feito até aqui. Nas alturas de crise, os donativos costumam ser maiores, sendo que a crise suscita também um pouco de sentimento de partilha e entreajuda. Estamos na expetativa sobre o que vai acontecer, apesar de termos esperança numa boa recolha de alimentos”.

Apesar disso, Nuno Alves explica que, por melhor que seja a recolha, as toneladas de alimentos que entram nos armazéns após uma campanha deste género, acabam sempre por se revelar insuficientes para atender a todos os pedidos, tendo em conta a situação económica das famílias que tende a não melhorar.

“Por mais que recolhamos, nunca será um número suficiente. Uma das coisas que temos falado a nível nacional e com as instituições tem a ver com o facto de ser necessário uma reinserção laboral das pessoas que recebem ajuda nesta altura, dos desempregados, para que possam deixar de ser recetoras e passem a ser contribuintes para a situação do país. Se não houver uma melhoria da situação das famílias, o número de pedidos de ajuda vai continuar a aumentar, porque estamos a atingir os 800 mil desempregados num país em que existem mais dois milhões de pessoas com mais de 65 anos, das quais 75 por cento têm reformas inferiores a 500 euros…”, explica o responsável.

Para Nuno Alves, existe outro fator que pode pesar na hora de decidir colaborar, ou não, com o Banco Alimentar. “Esta crise tem uma peculiaridade, que foi dar um rosto à pobreza. Antes, a pobreza existia, mas eram casos únicos, identificados pelas pessoas. No entanto, atualmente, estamos a falar de um amigo nosso, de um familiar nosso, de um vizinho nosso que está a precisar da nossa ajuda e não sabemos se não seremos nós a precisar a seguir”.

Apesar de todos os alimentos fazerem falta, Nuno Alves destaca três principais “pedidos” das instituições apoiadas pelo Banco Alimentar (no Algarve são 73, estando 12 em lista de espera). “Apesar de, nos sacos que distribuímos, estarem especificados os produtos que as pessoas podem oferecer, há três alimentos que nos fazem mais falta, tendo em conta aquilo que nos é solicitado pelas instituições: o leite, o azeite e os alimentos para crianças dos 0 aos 3 anos”.

O responsável do BACFA lembra que “não há limite mínimo ou máximo para as doações. Há pessoas que também não podem dar uma ajuda maior devido à conjuntura, mas uma embalagem de leite custa 50 cêntimos, que é, por exemplo, o preço de um café”.

Para além da colaboração com alimentos, enchendo os sacos distribuídos pelos voluntários do Banco Alimentar à porta dos supermercados, Nuno Alves lembra que também se pode ajudar com trabalho, sendo voluntário. “Nestes dois dias, sábado e domingo, para além dos voluntários nos estabelecimentos comerciais, vamos ter gente a trabalhar nos armazéns de Faro e Portimão. Sendo que o de Portimão é uma estreia em dias de campanha, o que nos obrigou a uma reorganização dos voluntários. Por isso, as pessoas podem dirigir-se aos nossos armazéns, e ajudar com uma hora do seu tempo, não só neste fim-de-semana, mas em qualquer altura”.

 

Central de refrigeração pronta em junho

O Banco Alimentar contra a Fome no Algarve inaugurou este mês de maio o novo armazém em Portimão, mas, em junho, vai haver uma outra novidade em Faro. A nova central de refrigeração de alimentos já está em construção, o que irá permitir a recolha diária de produtos frescos.

Segundo Nuno Alves, a nova valência “irá permitir recolher excedentes de produtos frescos, quer de agricultores, quer de grandes superfícies, dando-lhes um maior prazo de validade, bem como de congelados”.

 

 

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