Mercado mensal voltou a dar (muita) vida ao centro de Querença

Querença viveu esta semana um domingo invulgarmente agitado. Desta vez, não foram as famosas chouriças desta aldeia do concelho de […]

Querença viveu esta semana um domingo invulgarmente agitado. Desta vez, não foram as famosas chouriças desta aldeia do concelho de Loulé que atraíram centenas de visitantes, mas o Mercado, cuja realização foi recuperada pelo «Projeto Querença» e teve ontem a sua primeira edição.

Produtos agrícolas produzidos localmente, com técnicas ancestrais, iguarias da Serra do Caldeirão com a marca de Querença e muito artesanato foram espalhados em diversas bancadas na Praça da Igreja, no centro da aldeia. À sua volta, juntou-se muita gente, alguns vindos de bem longe e nem sempre de carro.

O soalheiro dia de outono convidava a atividades ao ar livre e muitos foram os que optaram por fazer a viagem até Querença de bicicleta. Grupos equipados a rigor misturavam-se com famílias em passeio, habitantes locais e muitos estrangeiros, que aderiram em força à iniciativa.

E se alguns dos expositores eram, nesta primeira edição, dinamizados pelo «Projeto Querença» da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, notou-se já a presença de artistas e produtores locais.

Como ilustrou João Ministro, coordenador deste projeto, a ideia é que o evento cresça ainda mais. «Na próxima edição, esperamos ter cá produtos nossos», revelou.

A jovem equipa multidisciplinar deste projeto já está a cultivar diversos produtos num terreno de cerca de um hectare, nos arredores da aldeia, ainda que ainda numa fase experimental. Mais tarde, a ideia é produzir cada vez mais produtos agrícolas em regime de agricultura biológica e abrir as portas a quem quiser ajudar.

«Temos, neste momento, cerca de 50 hectares de terras, que foram cedidas ao projeto. Vamos lançar um projeto de hortas comunitárias para aqueles que quiserem ter aqui um pedaço de terra», anunciou João Ministro.

Outra ideia que está já bem madura e pronta a dar frutos é a do banco de sementes tradicionais. Num futuro breve, os membros do projeto vão desenvolver algumas destas sementes em estufa, com o objetivo de vender plantas juvenis ao público.

Também bem tradicional, mas noutro prisma, é o artesanato da serra. A sua presença foi um elemento marcante no 1º Mercado de Querença e vai também ser uma parte importante do projeto com o mesmo nome.

«Garantimos recentemente a coordenação da segunda fase do projeto Técnicas Ancestrais, Soluções Atuais (TASA), promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve», revelou ao Sul Informação, em «primeira-mão», João Ministro.

Peças produzidas no âmbito do TASA, que promove a reinvenção do artesanato, através da procura de novos usos para o que é tradicional, já estiveram à venda no certame de ontem e vão poder ser sempre encontradas neste mercado mensal.

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