Festival de Piano do Algarve quer tornar Portimão uma referência para os turistas melómanos

O 1º Festival de Piano do Algarve, que decorrerá no Teatro Municipal de Portimão (TEMPO), arranca no próximo sábado, 18 […]

O 1º Festival de Piano do Algarve, que decorrerá no Teatro Municipal de Portimão (TEMPO), arranca no próximo sábado, 18 de Fevereiro, às 21h30, com a estreia mundial do concerto a 4 mãos, interpretado por Mário Laginha e Armando Mota, acompanhados pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, dirigida pelo maestro Osvaldo Ferreira.

A obra composta por Armando Mota, dedicada a Bernardo Sasseti e Mário Laginha, tem a originalidade de ser a única escrita por um compositor português para este tipo de formação.

O concerto, que marca também o regresso à região do maestro Osvaldo Ferreira, antigo diretor artístico da Orquestra do Algarve, inclui igualmente a interpretação da Sinfonia n.º 2 em Ré maior, Op. 73, de Johannes Brahms.

O Festival de Piano do Algarve é um sonho antigo do maestro e compositor Armando Mota, que viu agora o financiamento garantido pelo programa 365 Algarve a abrir as portas para a sua concretização. «Este programa 365 Algarve só peca por tardio», disse Armando Mota, em declarações ao Sul Informação.

«O Algarve está associado ao turismo, que é a base da economia regional, e existe um número muito significativo de estrangeiros residentes que são espectadores assíduos dos concertos de qualidade que se fazem na região», acrescentou.

«Há muito que outras regiões turísticas que querem atrair turistas durante o ano inteiro perceberam que é preciso apostar num programa cultural diversificado, de qualidade e com continuidade, por isso é bom que por cá, com o 365 Algarve, também se tenha percebido isso, finalmente», disse ainda.

Mário Laginha e Armando Mota são as 4 mãos do concerto de abertura

É que, salientou Armando Mota, ideias boas sempre houve, mas até agora faltava o dinheiro. «Contratar uma orquestra sinfónica ou um pianista de renome é uma coisa dispendiosa», recordou.

Por isso, o maestro está muito feliz com a possibilidade de promover o Festival de Piano do Algarve no TEMPO, em Portimão. «Estas estruturas, no futuro, dão-nos a possibilidade de, em conjunto com o 365 Algarve, ter aqui um festival com o mesmo nível, se não superior, a Lisboa», garantiu.

Depois de abrir de forma inédita, com a estreia mundial de uma peça, o programa inclui alguns dos maiores nomes do piano a nível nacional («como programador, tenho preferência pelos artistas nacionais»), mas também mundial.

«Criar um Festival de Piano que não existe a Sul do Tejo é criar uma referência. Vai associar o nome do Algarve e de Portimão a um festival de alta qualidade, criando uma referência para que as pessoas venham cá, também por esta razão, e fora da época alta turística», acrescentou Armando Mota.

Ao todo, o Festival de Piano do Algarve conta com seis espetáculos, que se prolongam ao longo do mês de Março e terminam em Abril, todos os sábados, às 21h30. Armando Mota salienta que o festival incluirá «todas as modalidades do instrumento: piano a solo, piano com orquestra, dois pianos com orquestra e dois pianos».

Assim, no dia 4 de Março, sobem ao palco Pedro Burmester e Mário Laginha, que tão bem se conhecem e tantas vezes têm atuado juntos.

O repertório deste concerto a dois pianos de Mário Laginha e Pedro Burmester inclui uma obra inédita do pianista de jazz e compositor João Paulo Esteves da Silva, uma Sonata breve para piano de Mário Laginha para dois pianos e obras de Claude Debussy (Prelude de l’aprés-midi d’un faune) e Maurice Ravel (La valse). Em jeito de homenagem a um amigo comum, desaparecido prematuramente, a música de Bernardo Sassetti integrará também este concerto.

No dia 11 de Março, será a vez de António Rosado interpretar um concerto dedicado a a George Gershwin, numa apresentação com a Orquestra Sinfónica da ESART dirigida de maestro Osvaldo Ferreira.

O programa começa com «A Suite das Descobertas», composta por Armando Mota, continua com o «Concerto em F de Gershwin» e termina com «La valse», uma das obras mais emblemáticas de Ravel.

Uma semana depois, a 18 de Março, o TEMPO acolhe a interpretação do Concerto para Piano e Orquestra nº 3 de Sergey Rachmaninoff pelo pianista Miroslav Kultishev, com o maestro Osvaldo Ferreira a dirigir.

O Concerto nº 3 de Rachmaninoff é, talvez, o expoente máximo para qualquer pianista. As dificuldades técnicas são imensas e a sua complexidade e riqueza harmónica fazem com que poucos pianistas no mundo o consigam executar de forma conveniente. O pianista russo laureado no concurso Tchaikovsky irá executar esta obra lindíssima e um marco na carreira de qualquer pianista. Este concerto encerrará com a 5ª Sinfonia de Tchaikovsky, uma das obras de referência do repertório sinfónico que concentra e musicaliza toda a alma do compositor russo numa peça de grande beleza com passagens carregados de sentimento.

A 25 de Março, será a vez do recital de piano com Borja Otero, um conceituado pianista andaluz premiado em diversos concursos em Espanha e nos EUA. Também já gravou para a Radio Nacional de Espanha. Apresenta um programa que combina compositores clássicos e contemporâneos: Joaquin Turina (n.º1 e n.º2 de Danzas Fantásticas), Luis Leandro Mariani (Sonata), Franz Liszt (Nocturno n.º 3; Bagatelle sans tonalité; Après une lecture du Dante; Rapsódia húngara n.º 6 e Rapsódia húngara n.º 11).

Esta edição de estreia do Festival de Piano do Algarve termina a 8 de Abril, com um recital de piano a 4 mãos, que junta o duo de pianistas Ranko Markovic (Áustria) e Marialena Fernandes (Índia).

Um recital de piano a quatro mãos é uma coisa rara no mundo dos concertos eruditos. Mas neste Festival até haverá dois. O duo constituído pelos pianistas Marialena Fernandes e Ranko Markovic teve origem em Viena, onde ambos eram professores nas duas Universidades de Música existentes nesta cidade. Com o decorrer do tempo, depressa se tornaram conhecidos tanto na Áustria, como por todo o mundo onde têm tocado. Ranko Markovic nasceu na Croácia, naturalizando-se austríaco, e Marialena Fernandes nasceu em Bombaim, Índia. Juntos formam um duo de alta qualidade interpretativa.

O programa que vão interpretar para o encerramento do Festival, em Portimão, é composto por Franz Schubert (Fantasie F minor D 940 op.103), Piotr Ilitch Tchaikovsky (Suite Bela Adormecida: Op. 66) e Sergei Rachmaninoff (Suite, Op. 11).

Cada espetáculo custa 10 euros e os bilhetes podem ser adquiridos online em http://www.tempo.bol.pt/ ou na bilheteira do TEMPO (282402 475 ou 961 579 917). Para os interessados em assistir a todos os concertos, está disponível um pacote de seis bilhetes por 50 euros.

O Festival de Piano do Algarve integra o “Programa 365 Algarve”, uma iniciativa financiada pelo Turismo de Portugal com coordenação da Região de Turismo do Algarve, é promovido pela Associação Arte do Sul, com direção artística do maestro Armando Mota e contando com o apoio do Município de Portimão.

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