Consultores da IBM vão ajudar Faro a colocar a “inteligência” na tomada de decisões

«O desafio que as cidades têm, neste momento, não é tanto o seu trabalho do dia-a-dia, mas poder antecipar tendências. […]

«O desafio que as cidades têm, neste momento, não é tanto o seu trabalho do dia-a-dia, mas poder antecipar tendências. Poder observar o que está a acontecer em tempo real e, a partir daí, tomar decisões», considera o consultor da IBM António Pires dos Santos.

São, precisamente, estas ferramentas de “inteligência” que cinco especialistas em diversas áreas da IBM querem dar a Faro, como prémio por ter sido uma das 15 cidades europeias e a única em Portugal a vencer o concurso «IBM Smarter Cities Challenge».

A equipa de consultores da multinacional da área da tecnologia vão passar as próximas três semanas em Faro e sugerir uma estratégia que permita potenciar a Economia do Mar na capital algarvia e na região.

Até final da semana, a equipa vai recolher dados, seguindo-se uma semana para os analisar e uma última para montar um relatório final, com recomendações.

Este documento será apresentado numa sessão pública no dia 28 de fevereiro, cujo local e hora ainda estão por definir. Além de diversas entidades públicas, vão ser auscultadas algumas empresas que já operam na área do Mar, seja no setor das pesca, seja no do Turismo.

«Temos um trabalho prévio de levantamento (e não de diagnóstico), que foi feito nos últimos seis, sete meses, em colaboração com a equipa aqui da Câmara de Faro. É esse trabalho de caracterização da realidade e uma série de relatórios públicos que nós, em conjunto, vamos analisar», disse ao Sul Informação António Pires dos Santos, o «elemento português desta equipa», mais ligado à área de negócio.

A equipa conta ainda com os norte-americanos Doris Mcguire (segurança e privacidade), Heather Howell (recursos humanos) e Barry Becker (análise de dados), além do irlandês Sean Mckenna (investigação na área da água).

O lançamento do projeto em Faro foi assinalado com uma sessão que decorreu esta terça-feira de manhã, nos Paços do Concelho de Faro. Uma cerimónia que reuniu representantes de diversas entidades, já que um dos objetivos primários é colocar as forças vivas da região, ligadas à Economia do Mar, a falar e colaborar.

O objetivo desta estadia dos consultores é ajudar Faro e o Algarve a tornar-se «mais competitivos, mais sustentáveis e amigos das pessoas», segundo o presidente da IBM Portugal António Raposo de Lima. Os consultores irão apenas apontar caminhos, através de «um roadmap estratégico, com recomendações», cabendo à Câmara de Faro e aos seus parceiros, a Maralgarve e a Universidade do Algarve, aplicar a estratégia no terreno.

Durante a sessão, o responsável máximo pela IBM em Portugal já considerou que «as cidades mais inteligentes são aquelas que melhor usam o fluxo de dados, que os analisam e usam para levar a cabo melhorias».

Um trabalho que a IBM vai começar em Faro e que se pretende que seja uma semente para o futuro. «Esse é que vai ser o valor acrescentado de um trabalho destes. Este trabalho carateriza a situação em determinado momento e, como todos os trabalhos do género, precisa de se manter atualizado. Isto dará origem a um conjunto de iniciativas e ideias que, se forem adotadas pelas diferentes entidades, já que esta colaboração é fundamental, conseguiremos criar aqui uma plataforma viva que reflete a vivência da cidade e da região», considerou o analista da IBM António Pires dos Santos.

Da parte do presidente da Câmara Rogério Bacalhau, chega a garantia que a autarquia «tem vontade de levar a cabo alterações que melhorem a vida dos farenses». «Suportados nos conhecimentos desta grande empresa, teremos à nossa disposição os mais modernos meios», acrescentou.

O grupo de consultores vai focar a sua ação no estímulo «da participação entre o setor público e privado», em sugerir formas de «utilizar melhor os recursos naturais» e na implantação de «sistemas abrangentes de recolha e processamentos de dados». Tudo isto concorre para um objetivo particularmente importante, em tempo de crise: «a criação de emprego».

 

 

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