A secretária de Estado do Turismo tem «expetativas muito boas» para o Verão, no Algarve, com as receitas turísticas a poderem ultrapassar «aquelas que tivemos em 2019», ainda antes da pandemia.
Rita Marques esteve esta terça-feira, 2 de Agosto, de visita a região, tendo passado pelas empresas municipais Infraquinta e Infralobo, no concelho de Loulé, e por Faro, onde visitou o comércio local da baixa da cidade.
Em declarações aos jornalistas, à margem da sessão na Infraquinta, a governante revelou ter essas expectativas «muito positivas» para o Verão, na região, «depois de dois anos muito difíceis para o setor do turismo».
«Temos muito boas expetativas em relação a Agosto e achamos que temos todas as condições de fechar 2022 com valores de receitas turísticas que ultrapassarão aquelas que tivemos em 2019», revelou.
Segundo Rita Marques, recentemente, o «próprio Banco de Portugal reviu em alta estes valores».
«Muito previsivelmente fecharemos 2022 com 4,2% acima dos valores de receitas turísticas de 2019», ilustrou.
Certo é que, apesar destas previsões, há um problema com o qual o setor se tem deparado: a falta de trabalhadores nos setores do turismo e restauração.
A própria secretária de Estado admite essa carência, mas garantiu que o Governo está «muito comprometido em arranjar soluções para a falta de mão de obra no Algarve».
«Sabemos que o setor turístico precisa de continuar a crescer, deve continuar a crescer, temos um potencial extraordinário e, para tanto, temos de manter a excelência no serviço. Isso implica podermos continuar a trabalhar com recursos humanos de qualidade, pagando de forma adequada», disse.
A governante falou também do recente quadro de mobilidade dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que seis dos nove países já ratificaram e que foi apreciado em Julho na Assembleia da República.
Esse regime «de entrada e permanência de estrangeiros em Portugal vem trazer alterações substantivas na emissão dos vistos» e pode ser uma ajuda para essa mão de obra.
De resto, Rita Marques assumiu ser «verdade» que «o setor do turismo, de há uns anos a esta parte, comparando com outros setores, paga menos bem».
«Estaticamente, isso é facilmente comprovável, mas também é verdade que os próprios empresários têm vindo a assumir este desafio, este compromisso de pagarem melhor até porque sabemos que este é um setor exigente na conciliação da vida pessoal e profissional», disse.
«Estou confiante de que a Confederação do Turismo de Portugal e as associações representativas, juntamente com os sindicatos, podem evoluir de forma favorável nos contratos coletivos de trabalho», acrescentou.
Em relação à recente medida do Governo de racionar a água nos hotéis, devido à seca, Rita Marques vincou que o compromisso foi «assumido pelos empresários, em articulação com o Ministério do Ambiente».
«Naturalmente, não poderemos colocar em causa o consumo humano. O que podemos é racionar esta água através de sistemas inteligentes, de diminuição de caudais, de dar a possibilidade ao hóspede de escolher ou não pedir para lavar os atoalhados, roupa de cama. São esse tipo de medidas que estão a ser implementadas por todo o setor turístico e assim espero que possa acontecer», concluiu.
Comentários