O novo cais de embarque do Farol – mandado construir pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) – está pronto para receber os milhares de visitantes desta ilha e já pertence à Câmara de Faro.
A obra, cuja conclusão estava prevista para final de 2024, foi oficialmente inaugurada esta quinta-feira, 5 de Junho, numa cerimónia simbólica que incluiu a assinatura do protocolo de transferência deste cais da APS para o Município de Faro, tal como já estava estipulado desde o ano passado.
A 1 de Fevereiro de 2024, a Câmara de Faro ganhou a gestão do núcleo do Farol da ilha da Culatra e também a responsabilidade de resolver os problemas ali existentes, ao nível do espaço público.
Nessa altura, ficou, contudo, estipulado que seria a Administração dos Portos de Sines e do Algarve a assumir a obra do novo cais, sendo este depois entregue à autarquia farense.
A poucos meses de deixar o cargo de presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau mostra-se bastante satisfeito por, passados tantos anos, o Município poder agora “tomar conta” das suas ilhas de uma forma mais autónoma.
«O que me apraz mais é o facto de hoje estarmos aqui numa área geográfica que é jurisdição da Câmara. Somos nós que damos a cara, que conhecemos as pessoas, que falamos com elas sobre os problemas e que, por isso, os podemos resolver. A APS tem uma missão completamente diferente e não tinha disponibilidade para o fazer», frisou o autarca aos jornalistas.
De acordo com Pedro do Ó Ramos, presidente da APS, a obra do novo cais implicou um investimento de cerca de 700 mil euros e «correu bem».

«Esperamos que esta infraestrutura possa, de facto, estar ao serviço de Faro, possa estar ao serviço do turismo e possa estar ao serviço desta ilha que é lindíssima e que, segundo me disseram, de facto, é um dos polos turísticos aqui do Algarve», realçou.
Já Feliciano Júlio destacou a estreita e boa relação com a Câmara de Faro e com a APS, que tem permitido dar resposta às necessidades das pessoas.
Nas palavras do presidente da Associação da Ilha do Farol de Santa Maria, esta é «uma inauguração de extrema importância para a vida da comunidade da Ilha do Farol» e para os milhares de visitantes que ali chegam todos os dias, durante o Verão.
Apesar dos muitos elogios, também houve críticas ao novo cais, que tem uma rampa, mas esta não está construída de forma a que uma pessoa em cadeira de rodas possa subir e apanhar o barco sem ajuda de terceiros.
O alerta foi deixado ao presidente da Câmara na primeira pessoa, por quem já se deparou com essa dificuldade.
Questionado pelo Sul Informação, Rogério Bacalhau realçou que a construção foi trabalho da APS, mas afirmou que a Câmara «está sensível a essa questão» e que a vereadora responsável pelo pelouro, Sophie Matias, já ficou «encarregada de ver no que podemos melhorar».
Quanto ao antigo cais, localizado mesmo ao lado do novo, o presidente da Câmara de Faro diz que será agora estudada uma solução para o recuperar e analisado o «custo/benefício» desse investimento.

«Custa-me desativar o antigo cais, mas essa é uma situação que têm de ser os técnicos a decidir. Neste momento, pode, em algumas circunstâncias, continuar a funcionar», explicou.
Em Fevereiro do ano passado, um dos grandes problemas apontados pelo presidente da Associação da Ilha do Farol de Santa Maria foi também o das acessibilidades.
«Temos muitas passadeiras que estão completamente destruídas e que precisam de ser reparadas o mais urgentemente possível», referiu, na altura. Hoje, muitas destas passadeiras já foram alvo de intervenção.
«O facto de estarmos mais próximos dos problemas dá-nos melhor capacidade para os resolver», disse o autarca de Faro, destacando também as muitas casas que já foram regularizadas neste período.
Durante a cerimónia de assinatura do protocolo de transferência do cais, Rogério Bacalhau salientou ainda o trabalho que começou a ser feito pelo anterior Governo – e que continuará agora – em relação ao novo modelo de jurisdição dos núcleos habitacionais do Farol, Culatra e Hangares, na Ria Formosa, em Faro.
«A administração central nunca esteve disposta a criar uma solução, mas, felizmente, este Governo foi sensível a essa questão e estamos a resolvê-la. Já podia ter sido há mais tempo, mas o que é preciso é olhar para o futuro e resolver os problemas das pessoas, porque são elas que são importantes», rematou.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

























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