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O ministro da Educação, Ciência e Inovação admitiu ontem que a falta de vagas no pré-escolar é um problema no Algarve e que afeta mais de 1000 crianças na região. 

«Aqui, no Algarve, são mais de 1000 os alunos que estão inscritos e que não conseguem vaga. No país, os números são na ordem dos 20 mil. Estamos a falar de um ensino que é absolutamente essencial para garantir a igualdade de oportunidades. Os alunos que são excluídos deste ensino vão ter um percurso escolar pior do que aqueles que tiveram acesso e, por isso, nós temos, mais uma vez, à semelhança do que temos feito com os alunos sem aulas, de usar os instrumentos e medidas para garantir que o acesso ao pré-escolar é garantido», salientou.

As declarações de Fernando Alexandre foram feitas na escola EB I/JI de Montenegro (2.º e 3.º Ciclo), em Faro, onde o ministro esteve durante a manhã desta terça-feira, 22 de Outubro, para conhecer os projetos que estão a ser desenvolvidos no âmbito da inclusão de alunos estrangeiros.

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Aos jornalistas, Fernando Alexandre realçou ainda que, além das mudanças na disciplina Educação para a Cidadania, anunciadas este domingo pelo primeiro-ministro no congresso do PSD, foi divulgado um conjunto de medidas em relação ao aumento da oferta no pré-escolar.

«Infelizmente, isso não pode ser feito só com a rede pública, tem de ser feito com o setor privado e solidário, que fazem um bom trabalho e por isso nós temos de dar os incentivos para o aumento da oferta e para que a abertura de salas se faça onde ela faz falta», continuou o ministro.

 

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Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

No que diz respeito às medidas pensadas para a disciplina de Cidadania, Fernando Alexandre afirmou que, «a partir do momento em que há polémica, há decisão política a tomar», e, por isso, «com a validação de especialistas», disse que serão feitas mudanças.

Na opinião do ministro, «este não é o problema mais grave do nosso sistema de ensino, mas é um problema que preocupa um número de famílias significativo».

Questionado sobre se as mudanças poderão significar ou não um retrocesso, Fernando Alexandre respondeu que serão «um progresso», mas continuou sem dar exemplos das situações concretas que, neste momento, preocupam os encarregados de educação.

Na visita à Escola de Montenegro, onde o governante se deslocou para conhecer os projetos de integração que estão a ser desenvolvidos junto das comunidades migrantes, tal como já fez em Quarteira, Fernando Alexandre destacou a importância destas estratégias nas escolas do Algarve, onde há alunos de dezenas de nacionalidades.

«Sem a integração e sucesso escolar deste alunos, nós não vamos ser bem sucedidos na integração geral», afirmou o representante do governo.

No Agrupamento de Escolas de Montenegro, estudam, atualmente, 933 alunos. Destes, há 52 a necessitar da disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM), sendo mais de 25 as nacionalidades presentes.

 

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Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

David Costa, diretor do Agrupamento, explicou que, no ano passado, a escola participou nos Grupos de Desenvolvimento Inovação da Direção Geral de Educação sobre a inclusão de imigrantes, onde teve a oportunidade de, enquanto participante, aprender «com quem já estava mais à frente» no acolhimento aos alunos migrantes.

«Percebemos o caminho que devemos seguir, percebemos os passos que queremos tomar e fomos ajudados nesse sentido», disse o diretor, acrescentando que a escola está agora a fazer um trabalho de «tentar definir, de forma clara, os níveis de proficiência linguística dos alunos, para terem currículos diferentes de aprendizagem».

Em relação ao ano passado, o Agrupamento conseguiu já criar duas turmas de PLNM, separando os alunos do 2º e 3º ciclo, bem como reduzindo o número de estudantes por turma.

Nas restantes disciplinas, «foram alocadas horas de apoio individualizado para que os nossos alunos, não só os imigrantes, mas também os com necessidades educativas especiais, tivessem mais apoios e pudesse atingir melhores resultados».

«É um caminho que estamos a trilhar, temos muito para percorrer, mas, neste momento, sabemos onde queremos chegar», rematou o diretor.

Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, salientou a necessidade e as mais-valias destes projetos para dar resposta a esta que é «uma realidade atual».

«Há escolas com mais de uma centena de nacionalidades e isso é um desafio para os professores. Esta não é uma realidade de hoje, é uma realidade que vai perdurar durante muito tempo, até porque somos um país que necessita muito de imigração e, portanto, precisamos também de acolher bem essas pessoas, de lhes dar condições para cá permanecerem e isso faz parte das nossas obrigações», rematou o autarca farense, ele próprio professor de profissão.

 

 

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