É um projeto «inspirador», em que cada aluno é tratado de forma individual. No Agrupamento de Escolas Laura Ayres, em Quarteira, cabe o mundo. Ou melhor: alunos e formandos de 56 países diferentes. Do total de alunos, 39,2% são estrangeiros. Para os ajudar, foi criado um “Plano de Inovação” que os ajuda na integração e que, esta terça-feira, 17 de Setembro, fascinou o ministro da Educação.
Neste início de ano letivo – marcado, mais uma vez, pela falta de professores -, Fernando Alexandre dedicou ao Algarve parte do périplo pelas escolas do país.
Depois de ontem já ter estado em Lagos – e também em Odemira, no Alentejo -, o ministro passou a manhã em Quarteira para conhecer um projeto que o maravilhou.
Trata-se do “Plano de Inovação 2024-2027”, que já está em vigor, e que surgiu com o objetivo claro de ajudar à integração das centenas de alunos imigrantes que chegam, todos os anos, ao Agrupamento de Escolas Laura Ayres.
Dalila Afonso, diretora do Agrupamento, disso mesmo deu conta. Quando chegam à escola, é marcada uma reunião com cada um dos alunos e respetivos encarregados de educação, tendo sempre em conta as necessidades – e o estádio educativo – de cada um.
É feita uma análise, por uma equipa multidisciplinar, que integra não só professores, como também o Gabinete de Apoio à Família e psicólogos, antes de os alunos serem “divididos” em duas turmas: uma de origem e outra de acolhimento.
Na de origem, por exemplo, frequentam disciplinas como Educação Física e Educação Artística e Tecnológica; na de acolhimento, os alunos assistem a aulas de Português Língua Não-Materna, História, Ciências, Matemática e Fisíco-Química.
O projeto, garantiu a diretora Dalila Afonso, tem corrido muito bem, com uma taxa de sucesso de 100%.
O ministro Fernando Alexandre, que começou a visita a assistir a um espetáculo de dança de crianças do Agrupamento, também ficou encantado com este “Plano de Inovação”.
«Este é um extraordinário trabalho, num projeto que tem de ser mostrado. As pessoas fazem isto com dedicação, com amor e acho que isso é inspirador. Sobretudo numa altura em que, à volta da educação, há muito ruído», disse.
«É uma riqueza enorme ter, na nossa comunidade, estas nacionalidades todas e isso torna-nos mais ricos», acrescentou.
Em declarações aos jornalistas, já no final da visita, Fernando Alexandre vincou também a importância de «projetos educativos como este», numa «região que vive grandes desafios».
«O Algarve é a região com maior dinamismo demográfico, é claro que isso coloca desafios, mas é uma riqueza», considerou.
Na opinião do ministro, é «muito importante» que os alunos conheçam «os nossos valores», mas que «nós também saibamos os deles para os respeitar».
«Nós temos nestes jovens gente fantástica e temos de tirar o melhor deles. É isso que acontece nos países que conseguem atrair pessoas e ter políticas de imigração bem sucedidas», concluiu.
Nesta deslocação a Quarteira, Fernando Alexandre aproveitou também para anunciar um novo concurso extraordinário para mais de 2000 vagas para a vinculação de professores em Lisboa e no Algarve.
A portaria das vagas já está assinada pelo ministro da Educação e pelo das Finanças, sendo que «o concurso será lançado imediatamente».
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