Laivos nasce em Querença para juntar gastronomia, turismo e investigação

Laivos abriu um Centro Gastronómico e Cultural em Querença

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

Chama-se Laivos, nasceu para juntar a gastronomia local ao turismo e à investigação e conta agora com um espaço, em Querença, que «é muito mais do que um café». 

É assim que a criadora Ivani Farias descreve este projeto, que nasceu de um desafio lançado pela QRER – Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade.

Ivani Farias é brasileira, formada em educação física e, mais tarde, em nutrição, área na qual tirou um mestrado. Depois de alguns anos a lecionar no ensino universitário no Brasil, a profissional decidiu vir para Coimbra fazer um doutoramento em Patrimónios Alimentares, Culturas e Identidades.

«No doutoramento, decidi fazer a minha investigação em Portugal e escolhi Loulé, sendo o tema da minha pesquisa Alimentação e Saúde no concelho de Loulé em três zonas: Quarteira, por ser litoral, Querença, barrocal, e a serra por ser serra, três realidades muito diferentes. Fazendo a pesquisa para a tese, surgiu então a ideia de transformar produtos e criei a Laivos», explica ao Sul Informação. 

Nessa altura, conta, «a ideia era fazer o projeto e depois ir embora e deixá-lo com alguém, mas veio a pandemia, fui ficando, e o meu filho, que veio para cá com 10 anos e está com 16, quis ficar em Portugal. Fui continuando com o projeto e foi assim que a Laivos foi sendo lapidada e chegou ao ponto de hoje».

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

No Largo da Igreja de Querença, encontramos agora este Centro Gastronómico e Cultural, que «é muito mais do que um café». Para a mesa, vão bolos, tartes e compotas feitas com produtos locais, que Ivani apanha da paisagem envolvente e confeciona com base em estudos que também foi desenvolvendo.

«90% dos produtos da Laivos – que são os doces, bombons, trufas, bolos e tartes – são consumidos aqui, mas há também quem compre para levar», explica.

Apesar de o retorno económico ainda não ser muito grande, a responsável frisa que «a aceitabilidade e o feedback é muito positivo», havendo já «vários clientes habituais».

«Estamos a começar devagar. Este período de Janeiro a Fevereiro sabemos que costuma ser fraco, mas a escolha da data para abertura foi propositada para ter esta experiência do negócio, ainda sozinha, embora a ideia seja contratar outra pessoa já em Abril», diz.

 

Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Também em Abril, a Laivos começará a receber outras iniciativas, todas com o objetivo de «enriquecer o património cultural e imaterial do Algarve».

«Dia 13, teremos cá a primeira exposição de uma artista de Loulé, que produz através de materiais recicláveis. O espaço vai estar aberto para eventos culturais e locais que envolvam as pessoas», afirma, frisando que a comunidade já está representada na decoração, dado que grande parte dos utensílios que decoram as paredes foram doados e contam «uma história».

Além disso, a Laivos será palco de workshops e palestras relacionados com saúde e alimentação e está ligada à “Vidas Cultivadas”, «um projeto de responsabilidade social que teve início há dois anos e que consiste em trabalhar com idosos na promoção de saúde, tendo as hortas como ferramenta para dinamizar atividades».

O espaço está aberto das 10h00 às 18h00 e brevemente passará a encerrar à quarta-feira.

 

Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação

 

 

 

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