No Carnaval de Loulé, até o “Macaco” está à solta

O corso carnavalesco sairá nos dias 11, 12 e 13 de Fevereiro

Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação

Trabalho em equipa, muita imaginação e boa disposição, mas sem perder a concentração. É desta forma que se está a preparar mais uma edição do Carnaval de Loulé, que vai decorrer nesta cidade, nos dias 11, 12 e 13 de Fevereiro.

Esta quarta-feira, dia 7, o Armazém do Carnaval, onde estão a ser finalizados os 14 carros alegóricos para o corso carnavalesco que irá percorrer a Avenida José da Costa Mealha, acolheu a apresentação desta festa.

Os 14 funcionários da oficina, coordenados por Paulo Madeira “Palhó”, responsável pela organização e pelo desenho dos bonecos, atarefam-se a colar flores, a montar bonecos e a decorar carros alegóricos, para finalizar os últimos detalhes até hoje, sexta-feira.

Uma das pessoas que se dedica a fazer este trabalho é Libânia Coelho, que trabalha na preparação do Carnaval de Loulé há 25 anos.

Mas foi bem antes disso que esta festa entrou na sua vida.

«Antes de me casar, fui muitos anos nos carros. Gosto da folia, gosto do divertimento, da brincadeira, gosto de tudo», contou ao Sul Informação.

É para garantir que os foliões de hoje se divertem que esta louletana e os outros funcionários camarários estão a trabalhar há meses. E mais tempo houvesse…

 

Libânia Coelho – Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação

 

Palhó lembrou as dificuldades e o tempo curto que houve para fazer os carros, no intervalo entre o Natal e Ano Novo, o que torna o processo um «pouco stressante».

«Nós temos as condições físicas, a nível dos materiais e o espaço físico é excelente. A Câmara dá-nos todas essas condições. Mas, depois, os meios humanos falham, porque nós precisávamos de três ou quatro carpinteiros: só temos um e o outro, que está de baixa. E depois temos um serralheiro e precisávamos de uns dois. Essa é que é a maior dificuldade que nós temos aqui», explicou.

O que não falta nunca, na preparação dos carros alegóricos e dos elementos que os compõem, é a imaginação.

E, claro, há sempre a preocupação de satirizar as personalidades e retratar a atualidade.

Este ano, por exemplo, está em foco a mediática “Operação Pretoriano”, que envolve “Macaco”, a alcunha de Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, a claque do FC Porto.

Ainda antes desta operação policial, já a equipa de criativos estava a desenhar o carro em que o “Macaco” aparecia ao ombro do presidente do FC Porto.

«Estamos sempre atuais. Inicialmente, o carro tinha a ver com a disputa pela cadeira dos sonhos entre o Pinto da Costa e o Villas-Boas. Entretanto, apareceu este caso. Naturalmente que agora as personagens envolvidas ganham um lugar de destaque neste corso», segundo Palhó.

António Costa, Pedro Nuno Santos, Cristiano Ronaldo, António Guterres e Mário Centeno serão algumas das personagens que vão estar presentes no corso, visto que marcaram a vida nacional e internacional.

Quanto ao tema do corso, este ano, é “À descoberta dos ODS”.

«É brincar com uma coisa muito séria, mas o Carnaval é isso mesmo. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS] das Nações Unidas, que fazem o apelo ao mundo para mudar muitas coisas no dia-a-dia das nossas vidas, em diferentes planos, e nós vamos brincar com isso. Porque é uma forma óbvia de levar uma informação tão importante, de uma perspetiva sempre de divertimento e brincadeira, a milhares  de cidadãos», explicou o presidente da Câmara Vítor Aleixo, na apresentação do evento.

 

Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação

 

Nos três dias de festa, são esperadas cerca de 80 mil pessoas, com desejos da autarquia de que «se divirtam nesta que é uma festa fiel e na melhor tradição do Carnaval de Loulé».

Nas ruas, além de muitos foliões, estarão 14 carros alegóricos com 600 figurantes, numa organização que envolve 100 pessoas. O orçamento previsto é de 470 mil euros.

No entanto, o retorno para a cidade é superior, «pela dinâmica que provoca, que gera no comércio local, na restauração, na hotelaria, naquelas pequenas economias de venda ambulante que se estabelecem nestes três dias, aqui no Carnaval de Loulé. São pequenas famílias, pequenas economias, todas elas ganham muito. O maior retorno do Carnaval é esse impacto que tem na economia local», salientou Vítor Aleixo.

Este ano, há uma acrescida preocupação com a sustentabilidade ambiental, que está cada vez mais presente. A novidade é que será possível, pela primeira vez na história deste Carnaval, calcular «qual é a pegada de carbono que este acontecimento vai gerar em Loulé nestes três dias».

As receitas diretas da bilheteira serão atribuídas às associações e coletividades locais que participam no desfile e também a causas solidárias.

A par de Loulé, também Alte e Quarteira vão ter os seus próprios desfiles, onde há, sobretudo, «uma significativa participação popular espontânea».

Além do desfile, na noite de segunda-feira, dia 12, no Salão de Festas de Loulé, vai ter lugar o tradicional Baile de Gala, este ano com o mote “À precura dos ODS”.

O Carnaval infantil foi cancelado devido às condições meteorológicas, mas espera-se que a chuva permita que o maior corso carnavalesco do Sul do país aconteça.

 

Fotos e texto de: Cátia Rodrigues, que é finalista do Mestrado em Comunicação e Media Digitais da Universidade do Algarve e está a fazer o seu estágio curricular no Sul Informação.

 

 

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