É o «melhor pelotão de sempre» e vai garantir que, no ano em que a Volta ao Algarve celebra as bodas de ouro, haverá «emoção até ao final». Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), Geraint Thomas (INEOS Grenadiers), Wout van Aert (Team Visma), Tao Geoghegan Hart (Lidl-Trek), mas também o português João Almeida (UAE Team Emirates) são alguns dos nomes fortes da competição que dura de 14 a 18 de Fevereiro.
A prova foi apresentada oficialmente na tarde desta quinta-feira, 1 de Fevereiro, no auditório da Região de Turismo do Algarve, em Faro.
A lista de 174 corredores inclui vencedores de grandes voltas (Tour de França, Vuelta e Giro de Itália), campeões olímpicos, mundiais e europeus, grandes especialistas internacionais em provas por etapas, sprinters, trepadores e contrarrelogistas de topo.
No total, há 23 homens do top 100 mundial: um deles é Remco Evenpoel, que já venceu a Volta ao Algarve por duas vezes (2020 e 2022), bem como a Vuelta, de Espanha, em 2022.
A ele juntam-se também Geraint Thomas (vencedor da Volta ao Algarve em 2015 e 2016 e também do Tour em 2018), Sepp Kuss (Team Visma), que venceu a Vuelta em 2023, Tao Geoghegan Hart (Lidl-Trek), vencedor do Giro em 2020, Daniel Martínez, que ganhou a Volta ao Algarve no ano passado, e o português João Almeida, figura maior do ciclismo luso na atualidade.
Em declarações aos jornalistas, Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, considerou que esta é uma edição que «promete».
Apesar das «ligeiras alterações» no percurso, com o contrarrelógio a deixar Lagoa e a rumar a Albufeira, mantém-se o «modelo tradicional» da Volta ao Algarve, com «duas chegadas ao sprint, duas em montanha» e o contrarrelógio.
«É uma prova que se perspetiva equilibrada e onde muitos corredores podem vencer. A emoção, à partida, vai ser garantida até ao final», perspetivou o responsável.
Questionado sobre em quem apostaria para vencer a prova, Delmino Pereira expressou o desejo de ser um português.
«Apostava no João Almeida ou no Rui Costa [risos]. Obviamente competitividade é muito alta e queremos é que não haja nenhum vencedor anunciado previamente», disse.
Também merecem atenção os suíços Stefan Bissegger (EF Education-EasyPost), campeão europeu em 2022, e Stefan Küng (Groupama-FDJ), campeão da Europa em 2021 e vencedor do contrarrelógio da Volta ao Algarve em 2019 e 2023.
O italiano Filippo Ganna (INEOS Grenadiers), campeão mundial em 2020 e 2021 e segundo na geral da Volta ao Algarve no ano passado, também está inscrito e promete intrometer-se na discussão do contrarrelógio e da camisola amarela.
Nas etapas com chegada ao sprint também se esperam emoções fortes, pois os protagonistas serão de alto nível.
Entre os sprinters presentes estão o segundo corredor em atividade com mais vitórias na carreira, Arnaud Démare (Arkéa-B&B Hotels), Alberto Dainese (Tudor Pro Cycling), vencedor de etapas no Giro e na Vuelta em 2023, Jordi Meeus (BORA-hansgrohe), primeiro na chegada aos Campos Elíseos no Tour de 2023, Gerben Thijssen (Intermarché-Wanty), Marc Sarreau (Groupama-FDJ), Casper van Uden (Team dsm-firmenich PostNL), Søren Wærenskjold (Uno-X Mobility), Marijn van den Berg (EF Education-EasyPost) ou Edward Theuns (Lidl-Trek).
A lista de portugueses presentes é também robusta.
Além dos já referidos João Almeida e Rui Costa, estão também convocados António Morgado (UAE Team Emirates), que terá como principal missão trabalhar para a equipa, mas é candidato ao título de melhor jovem, Iúri Leitão (Caja Rural-Seguros RGA) e Rui Oliveira (UAE Team Emirates), que estão em condições de intrometer-se na discussão das chegadas ao sprint.
Quanto ao percurso, Portimão acolhrá a partida da competição, sendo local de apresentação das equipas e de arranque dos 200,8 quilómetros que levarão a caravana até Lagos, onde se espera uma discussão ao sprint.
A segunda etapa parte de Lagoa e chega, depois de percorridos 171,9 quilómetros, ao alto da Fóia. A fase final da tirada, com passagem pela íngreme subida da Pomba e com uma meta volante bonificado já depois de Monchique e em plena subida para a meta, promete agitação.
Os velocistas deverão ter nova oportunidade na terceira etapa, 192,2 quilómetros a percorrer entre Vila Real de Santo António e Tavira.
A grande novidade da 50.ª edição surge ao quarto dia. Trata-se de um inédito contrarrelógio de 22 quilómetros, com partida da Marina de Albufeira e chegada junto aos Paços do Concelho da mesma cidade. A corrida termina com a sempre aguardada etapa com final no alto do Malhão. Desta vez terá 165,8 quilómetros, com partida em Faro.
João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, considerou que esta é uma das «competições com maior destaque internacional do desporto português».
«A Volta ao Algarve conta com os melhores ciclistas do mundo e isso é um reconhecimento», acrescentou.
Abordando a questão do doping e das dificuldades que a modalidade tem tido devido aos sucessivos casos, João Paulo Correia fez questão de falar do «passaporte biológico», o «método mais eficaz de controlo e combate» que já está implementado em Portugal e que será usado na Volta ao Algarve.
«Esse passaporte significa que as autoridades têm o filme daquilo que é organismo do atleta ao longo da época, através de colheitas de sangue feitas fora da provas, em momentos de estagio e após as provas», disse.
De resto, além dos milhares de adeptos, que se deslocam de vários pontos de Portugal e de todo o mundo para assistir às etapas, o programa da Volta ao Algarve integra também dois eventos de ciclismo para todos, permitindo aos ciclistas amadores e entusiastas da bicicleta participar ativamente na festa do ciclismo no Algarve.
No dia 17, Albufeira irá receber o Algarve Granfondo, dando aos participantes a oportunidade de optar entre dois desafios, os 133 quilómetros do granfondo e os 80 quilómetros do mediofondo. Além da atividade física e do convívio poderão ainda assistir às pedaladas das estrelas internacionais, que no mesmo dia estarão em Albufeira para o contrarrelõgio.
No dia 18 será a vez do inédito Algarve Crono Challenge, com partida de Salir em velocidade controlada e subida cronometrada ao Alto do Malhão, concelho de Loulé.
São esperados mais de mil participantes no conjunto dos dois eventos de ciclismo para todos.
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