Museu de Faro assinala Dia de São Sebastião com missa e concerto de fado

A Ermida de São Sebastião é um edifício classificado e construído nos finais do século XV

Ermida de São Sebastião – Foto de arquivo

O Museu Municipal de Faro vai assinalar o Dia de São Sebastião, a 20 de Janeiro, com uma missa, uma festa e um concerto. 

As festividades iniciar-se-ão com uma “Celebração da Palavra”, às 16h30, na Ermida de São Sebastião. Durante este momento haverá oportunidade de falar sobre o mártir e o restauro do retábulo, que nos últimos meses tem decorrido naquele templo e que dará um novo aspeto a esse importante elemento artístico.

O Agrupamento 98 de Faro (Corpo Nacional de Escutas – CNE) também participará, fazendo a guarda de honra da imagem do Santo durante a procissão, à saída da ermida e à chegada à Igreja de São Pedro, onde decorrerá uma Eucaristia às 18h00, dedicada às memórias deste Santo e de São Vicente (Padroeiro do Algarve).

Às 21h30, na Ermida, procurando que o espaço seja visto um polo de ligação à cultura, realizar-se-á um concerto de fado, protagonizado pela Associação de Fado do Algarve.

Esta iniciativa, organizada pela autarquia, tem o apoio da União das Freguesias da Sé e São Pedro, Paróquia de São Pedro e do Agrupamento 98 de Faro (CNE).

A Ermida de São Sebastião é um edifício classificado e construído nos finais do século XV (sendo este o santo protetor das pestes, o espaço foi edificado nos antigos arrabaldes da cidade, com o objetivo de afugentar epidemias), que tem vindo a ser objeto de obras de restauro no seu retábulo principal.

A intervenção de caráter conservativo, está a cargo da equipa de conservação do Museu Municipal de Faro e procurou estabilizar os processos de degradação e perpetuar no tempo os valores patrimoniais do retábulo, uma obra de características barrocas, datada de 1720, ano em que o cabido da Sé avançou com um contributo para essa construção.

Aliás, a intervenção sobre esta peça de arte sacra tem permitido que o Museu leve a efeito uma série de atividades, com o intuito de divulgar o espaço e o estudo do património, mas também de mediação cultural, sensibilizando a comunidade e demais públicos interessados nesta matéria, para questões como a proteção das memórias e vestígios históricos. Visitas guiadas, momentos musicais, palestras e realização de atividades educativas, integradas no plano escolar do Museu, têm ocorrido ao longo deste tempo em que se realiza o restauro da peça.

A recuperação desta festa, que em tempos idos, foi de grande devoção e brilhantismo, em que se faziam procissões, se mobilizava muito a comunidade e até havia lançamento de foguetes em honra ao santo, é mais uma das iniciativas que visam valorizar este espaço.
São Sebastião terá sido martirizado no ano 288, ou 300.

O Santo, que os estudiosos acreditam poder ser natural de Narbona (sul de França) ou de Milão (Itália), cidade onde cresceu até se mudar para Roma, viu a sua valentia reconhecida pelo imperador Diocleciano, que o nomeou-o capitão-general da Guarda Pretoriana.

Todavia, Sebastião era cristão e animava os condenados a manterem-se fiéis à sua fé. Denunciado por Fabiano, Governador Romano, é acusado pelo Imperador e sentenciado a morrer cravado por flechas, como, aliás, é habitualmente representado.

Terá sido salvo por Santa Irene, mas assim que recuperou voltou junto do imperador para defender os cristãos, sendo chicoteado até à morte e depois deitado à Cloaca Máxima, o lugar mais imundo de Roma. O corpo foi recuperado e sepultado nas catacumbas da Via Ápia.

 



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