Manifestação “Casa Para Viver” passa por quatro cidades algarvias

A plataforma Casa Para Viver quer que a habitação seja «um tema central» da campanha para as eleições legislativas de Março

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Uma manifestação, convocada pela plataforma “Casa Para Viver”, vai passar este sábado, 27 de Janeiro, por quatro cidades algarvias. 

A primeira localidade será Albufeira, logo de manhã a partir das 10h30, com ponto de encontro na Rotunda do Relógio.

Da parte da tarde, a manifestação acontecerá em Faro, Lagos e Portimão a partir das 15h00.

Na capital algarvia, o local de concentração será na Rotunda do Teatro das Figuras, enquanto em Portimão o ponto de encontro vai ser o Largo 1º de Dezembro. Já em Lagos, os manifestantes concentrar-se-ão na Rua Silva Lopes.

Já em Beja, também será de manhã, mas a partir das 9h00, com concentração em frente ao Mercado de Santo Amaro.

A plataforma Casa Para Viver quer que a habitação seja «um tema central» da campanha para as eleições legislativas de Março.

«Queremos que a habitação seja um tema central da campanha legislativa, para que as pessoas possam votar e ver debatidas as soluções que existem para assegurar este direito, que ainda está por cumprir», afirma Vasco Barata, um dos porta-vozes da Casa Para Viver, em declarações à Lusa.

Não saber como vão pagar rendas e prestações ao banco «continua a ser a maior incerteza» das pessoas, realça o também membro da associação Chão das Lutas – uma dos mais de cem coletivos que integram a plataforma.

«O tema da habitação continua muito presente na vida das pessoas» e é isso que justifica a decisão de «sair à rua outra vez», após manifestações semelhantes em Abril e Setembro, que juntaram milhares de pessoas.

O protesto tem também como objetivo «recolocar» o tema da habitação «no centro do debate», numa altura em que se aproximam as eleições legislativas, marcadas para 10 de Março.

A plataforma não pretende «intervir diretamente na campanha», mas quer que «o tema da habitação, que foi tão discutido durante os últimos dois anos, durante a maioria absoluta, continue a ser o tema da discussão política», frisa Vasco Barata.

As eleições «têm de falar sobre habitação», um «problema concreto da vida das pessoas», sublinha o advogado.

«Faz todo o sentido» voltar à rua, para ter «uma palavra a dizer», nesta fase de «indefinição política», insiste.

Desde 1 de Abril de 2023, ninguém saiu da plataforma e às mais de cem associações «somaram-se outras», segundo Vasco Barata.

«É um movimento que tem vindo a acolher cada vez mais associações. É bom ver que este movimento social conseguiu manter uma constância no tempo, desde 01 de abril de 2023, com três manifestações, uma concentração», reconhece.

«Isso dá-nos a garantia de que a sociedade está organizada para exigir respostas a nível do problema da habitação e que isso continuará, inevitavelmente, a seguir às eleições», observa, sublinhando que a habitação «não é um problema de Lisboa e do Porto, é um problema nacional».

Entre as reivindicações da plataforma – entregues aos partidos políticos em junho – estão propostas como regular e baixar as rendas e as prestações bancárias, suspender os despejos sem alternativas de habitação, colocar no mercado imóveis devolutos de grandes proprietários, acabar com os incentivos à especulação imobiliária e aos fundos de investimento imobiliário e terminar com os benefícios para residentes não-habituais.

Em paralelo, defendem um forte investimento em habitação pública e cooperativa.

«A seguir ao 25 de Abril, tivemos a capacidade de construir respostas que muito orgulham a nossa sociedade, a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, um sistema público de pensões», destaca o advogado, lembrando que a instauração da democracia em Portugal cumpre 50 anos.

«Infelizmente, na habitação, as soluções foram outras e foi investir apenas em subsídios aos bancos para darem crédito à habitação mais barato. Não se construiu um parque público de habitação relevante. Foi, sem dúvida nenhuma, o direito fundamental esquecido por Abril, foi onde a revolução não chegou como deveria ter chegado», salienta Vasco Barata.

 



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