DGS alarga indicação para vacinação contra gripe a partir dos 50 anos

Até à data, a toma da vacina contra a gripe era aconselhada a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos

A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai alargar a indicação para a vacinação contra a gripe às pessoas a partir dos 50 anos, anunciou hoje o ministro da Saúde.

«Daqui a algumas horas as pessoas com mais de 50 anos também se vão poder vacinar», afirmou Manuel Pizarro, na inauguração da Unidade de Saúde do Beato, em Lisboa, referindo que a decisão tem a ver com a disponibilidade de vacinas.

Até à data, a toma da vacina contra a gripe é aconselhada a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, mas a decisão da Direção-Geral da Saúde é abranger um maior leque de população, nomeadamente a faixa etária entre os 50 e os 59 anos.

«A distribuição destas idades é feita na base de uma avaliação científica sobre a vantagem da vacinação […]. Aquilo que a DGS fez foi avaliar se, havendo ainda disponibilidade de vacinas, havia ou não vantagem para a saúde das pessoas em alargar o leque das pessoas que se podem vacinar», indicou Manuel Pizarro.

O anúncio da DGS sobre essa decisão será feito ainda hoje, «daqui a algumas horas», segundo a diretora-geral da Saúde Rita Sá Machado, que também esteve presente na inauguração da Unidade de Saúde do Beato.

Questionado sobre se o alargamento da vacinação contra a gripe tem também a ver com o registo de mortalidade excessiva entre os 45 e os 64 anos, o ministro da Saúde afirmou que «não há nenhuma dúvida que fez parte do racional que conduziu essa decisão por parte da DGS».

Manuel Pizarro ressalvou que os números sobre a mortalidade excessiva «têm que ser analisados com a devida prudência», para se perceber as circunstâncias em que isso ocorreu e que medidas devem ser tomadas para corrigir essa situação.

Sem agasalho para se proteger do frio, o ministro começou por dizer que como “homem do Norte” está habituado a temperaturas mais baixas, mas no seu discurso no exterior da Unidade de Saúde do Beato admitiu não estar adequadamente vestido para esta cerimónia: «As recomendações da DGS são que devemos agasalhar-nos quando está frio e eu de facto vim um bocadinho imprudente».

«Para compensar, vou fazer o meu trabalho de apelar à vacinação», disse o governante, defendendo que é a melhor forma de proteção contra a gripe, explicando que «não diminui o risco de ter gripe, diminui muito a gravidade da gripe», o que «faz toda a diferença», sobretudo em pessoas idosas.

Manuel Pizarro reforçou que a época de vacinação «ainda não acabou», afirmando que é possível tomar a vacina contra a gripe e contra a covid-19 «em mais de 1.000 centros de saúde e em mais de 2.500 farmácias».

Sobre a taxa de cobertura vacinal contra a gripe acima dos 60 anos ter rondado na semana passada os 63%, segundo dados oficiais, abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o ministro explicou que o grupo de pessoas entre os 60 e os 64 anos que foi aconselhado este ano a vacinar-se não aderiu da forma esperada.

«Este ano, pela primeira vez, mudamos o grupo populacional com indicação para a vacinação da gripe: todas as pessoas acima dos 60 anos. Nos outros anos era acima dos 65. Ora, isso permite-me afirmar que nunca tínhamos vacinado tantas pessoas em número absoluto, é mesmo o recorde de vacinas contra a gripe», frisou o governante.

«Tendo introduzido no grupo de indicação [para vacinação] as pessoas entre os 60 e os 64 anos, ainda não conseguimos este ano ter nesse grupo etário a mesma adesão que tivemos noutros anos. Temos uma adesão até um pouco superior nas pessoas acima dos 80 anos. Temos a mesma adesão do outro ano das pessoas entre 70 e 79 anos», apontou, reiterando o apelo à vacinação.

 



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