Central Solar: Moradores de Larga Vista acusam Neoen de «distorção da verdade»

Associação de Moradores de Larga Vista responde à posição da Neoen

A Associação de Moradores de Larga Vista, em Silves, voltou a manifestar-se quanto à Central Solar do Foral, acusando a Neoen de «distorção da verdade» e de «demagogia». 

Depois de na passada sexta-feira, 19 de Janeiro, a empresa produtora de energia renovável ter enviado uma nota às redações onde refere que a Central Solar do Foral respeita «algumas das sugestões da população» – e de ter acusado a Associação de não comparecer nas reuniões de esclarecimento deste projeto – os moradores consideram que as afirmações são «de um cinismo e de uma falta de verdade incríveis».

Para os moradores de Larga Vista, aquilo que Neoen refere como tendo sido a consulta pública, «foi um procedimento mal publicitado que decorreu por um período, manifestamente, mas propositadamente, reduzido, não dando ao público interessado qualquer possibilidade para compreender o projeto, quer do ponto de vista técnico, quer quanto às consequências, para a vida de todos os que vivem em redor do projeto».

A consulta pública esteve aberta entre 1 e 28 de Junho de 2018, no Portal Participa, entre outros locais.

A associação acusa ainda a Neoen de, em 2018, quando foi realizada a consulta pública, não ter sido feita «uma única sessão de esclarecimento», nem pela produtora, nem pela CCDR Algarve, que aprovou condicionalmente o projeto.

«Era nessa altura que seria lógico fazer sessões de esclarecimento – e não quando o projeto está decidido», aponta a Associação, acrescentando que a Decisão de Incidências Ambientais é de 18 de Janeiro de 2019, ou seja, acontece «quando tudo está decidido».

Ainda assim, a Associação diz que, previamente a essa reunião, entregou à Neoen um documento com uma proposta de ordem de trabalhos que continha vários tópicos para discussão.

«Só algumas dessas preocupações foram abordadas durante a reunião e, contrariamente ao que havia sido acordado, a Neoen não produziu qualquer ata dessa reunião», referem.

Sem indicar o que está a ser discutido no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé, a Associação diz que a Avaliação de Incidências Ambientais a que foi sujeito este projeto «não responde aos impactes prováveis que irá ter, não só no ambiente, mas na vida das populações que habitam em seu redor».

Por outro lado, os moradores realçam que «a dimensão de um projeto que determina a sua submissão ou não a Avaliação de Impacte Ambiental, mas sim os impactes que irá causar, os quais devem estar, devida e fundamentadamente, justificados, algo que não acontece com este projeto».

Na nota enviada às redações, a Associação de moradores do Foral volta a frisar que não se opõe «a projetos fotovoltaicos ou a uma transição para forma de energia mais amigas do ambiente, pelo menos na fase de produção».,

«O que não pode aceitar é que esses projetos sejam feitos sem uma própria Avaliação de Impacte Ambiental e sejam impostos às populações como se fosse um fatalismo a que algumas populações estão condenadas, como contributo para a transição energética», rematam.

 

 



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