Programa REACT-EU mostra que interior de Loulé não está esquecido

Sessão de encerramento dos trabalhos do “Combate à desertificação – Ameixial” decorreu no passado dia 13 de Dezembro

«Um sinal muito forte de que o interior continua a ser motivo de trabalho para o Município de Loulé» é como Vitor Aleixo, autarca da louletano, descreve o REACT-EU do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020), que permitiu reflorestar, na freguesia do Ameixial, uma área de 147 hectares, com um valor de investimento de quase 750 mil euros.

A sessão de encerramento dos trabalhos do “Combate à desertificação – Ameixial” decorreu no passado dia 13 de Dezembro, no Ameixial, na presença dos proprietários, representantes do parceiro Associação dos Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, diretor regional do ICNF e presidentes das juntas de freguesia do Ameixial e Salir.

Neste momento foram divulgados os resultados considerados pelos responsáveis como «bastante positivos», já que a
intervenção veio aumentar a densidade arbórea em cerca de 80%, «um importante contributo para combater a desertificação vegetativa deste território», diz a autarquia em nota.

Após a limpeza do mato nos terrenos dos proprietários, foram feitas sementeiras de espécies melhoradoras do solo e plantadas mais de 18 mil árvores, entre sobreiros, azinheiras e medronheiros, mas também rearborizados os terrenos de pomar misto de sequeiro (alfarrobeiras e figueiras). Por outro lado, foram beneficiados 6 quilómetros de rede viária.

Em nota, a Câmara de Loulé reforça que «as ações já realizadas irão reduzir a desertificação, com o aumento dos nutrientes e sumidouros de carbono, promovendo um incremento da biodiversidade local» e recorda que, ao longo dos anos, «a diminuição drástica da pluviosidade, aumento da seca e das temperaturas têm levado ao empobrecimento e abandono dos solos, tal como à perda da biodiversidade, e a Serra do Caldeirão é disso um bom exemplo.

«É a natureza que vai morrendo, acompanhando também a diminuição da presença humana no território e na paisagem», ressalvou o edil.

O meio rural vê assim aumentar a resiliência face aos incêndios que têm fustigado a floresta. «É um sinal positivo para as pessoas que ainda vivem no interior para que não abandonem as suas terras. O seu trabalho no meio florestal é extremamente importante. Queremos que o capital natural se reverta em rendimento para as pessoas e, certamente, há ainda o bem maior que é trabalhar para a salvaguarda do Planeta», explanou Vítor Aleixo.

A oportunidade de continuar a implementar estes projetos surge agora com a abertura de mais financiamentos ao abrigo do PRR, para investimento na valorização do capital natural, como anunciou Castelão Rodrigues, responsável do ICNF.

«O Governo criou linhas de financiamento que têm a ver com a transformação da paisagem, com quatro grandes objetivos, e um deles é criar áreas integradas de intervenção de gestão florestal, para terrenos de 1000 a 2000 hectares. Desafio a que o Município faça uma candidatura para que estes 147 hectares possam ser replicados para outras áreas», incitou o diretor regional do ICNF.

O REACT-EU FEDER é uma ação financiada como parte da resposta da União Europeia à pandemia de COVID-19.

 

 



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