Centro de Meios Aéreos de Monchique “abre portas” em meados de 2024

Financiamento provém de projeto transfronteiriço que une Algarve e Andaluzia

Pista de aterragem de helicópteros – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O novo Centro de Meios Aéreos de Monchique, que vai custar 1,3 milhões de euros, deverá estar pronto a entrar em funcionamento em meados do próximo ano, revelou ao Sul Informação o vice-presidente da Câmara daquela vila serrana algarvia.

A obra, que deverá terminar até ao fim deste ano, foi visitada na terça-feira, dia 14, pelo ministro da Administração Interna José Luís Carneiro, que recordou o «muito trabalho que deu a recuperação deste projeto», «importantíssimo para a região e para o concelho».

É que já há muito que se vinha falando da construção deste Centro de Meios, que inclui uma pista de aterragem para helicópteros, bem como outros espaços para o pré-posicionamento de meios humanos e materiais durante todo o ano. Só que o projeto não avançou e corria-se o risco de não haver fonte de financiamento possível.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve acabou por encontrar uma forma de financiar os três Centros de Meios (em Cachopo/Tavira, Loulé e Monchique), ao abrigo do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça INTERREG V-A Espanha – Portugal (POCTEP).

Os três Centros foram integrados no projeto do Centro Ibérico de Investigação e Luta contra os incêndios florestais (CILIFO), que tem como beneficiário principal a Junta de Andaluzia, e, no Algarve, os Municípios de Loulé, Monchique e Tavira, bem como a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), contando com coordenação da CCDR Algarve.

Esta capacidade de a CCDR, presidida por José Apolinário, ir buscar financiamento a um programa INTERREG, que une Espanha e Portugal, foi mesmo elogiada pelo ministro José Luís Carneiro, durante a sua visita às instalações do Centro de Meios.

Paulo Alves, com o ministro e Humberto Sério – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

As obras da estrutura de Monchique, localizada no sítio do Semedeiro, frente à vila, estão quase prontas. Segue-se o processo de obtenção de todas as licenças, nomeadamente da ANAC.

Além da pista de aterragem para helicópteros (um quadrado com 46 por 46 metros), o Centro de Meios de Monchique inclui um edifício de apoio, um depósito de água (com capacidade para 150 metros cúbicos), um depósito de combustível (150 mil litros) e um parque de estacionamento com 34 lugares.

O projeto CILIFO prevê a criação de três Centros de Meios Aéreos no Algarve, com capacidade para operarem durante todo o ano. Um deles situa-se em Cachopo, no interior serrano do concelho de Tavira, e tem uma despesa aprovada de cerca de 900 mil euros.

O outro situa-se em Loulé e tem uma despesa aprovada de 627.500 euros, passando a obra pela ampliação da Base de Helicópteros Permanente desta cidade, aumentando assim a área reservada ao estacionamento das aeronaves.

Esta ampliação surge da necessidade de aumentar o número de helicópteros estacionados, bem como de dotar o espaço de melhores condições de trabalho e de operacionalização.

Neste caso, as obras deveriam estar prontas até ao fim do ano, mas registam-se alguns atrasos.

Falando aos jornalistas durante a sua visita a Monchique, o ministro José Luís Carneiro elogiou a região algarvia, afirmando que «o Algarve tem vindo a desenvolver um trabalho muito qualificado, quer ao nível dos autarcas, quer da Comunidade Intermunicipal e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional que colocaram a Proteção Civil que colocaram a Proteção Civil num dos principais eixos do investimento público».

Para o governante «isso demonstra uma grande consciencialização por parte dos autarcas e representantes institucionais para a importância de capacitarmos os sistemas locais de Proteção Civil para defender o território de ameaças e riscos, sejam eles riscos humanos, como os incêndios florestais, quer riscos naturais, como os sismos».

«É um trabalho que merece o reconhecimento do Ministério da Administração Interna, como um dos melhores trabalhos que é desenvolvido em termos nacionais no que diz respeito à Proteção Civil», concluiu.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

O projeto CILIFO tem um orçamento total de 24,6 milhões de euros, dos quais 75% são financiados pelo POCTEP.

Visa reforçar a cooperação entre os dispositivos de Prevenção e Extinção de Incêndios Florestais na área da Eurorregião Alentejo-Algarve-Andaluzia (EURO AAA), promover a criação de emprego sustentável e de qualidade do território, reduzir o custo económico dos incêndios através da criação de uma economia rural ligada à paisagem e melhorar a capacidade de resposta das administrações e autoridades envolvidas na prevenção e combate aos incêndios nas regiões participantes.

Para atingir estes objetivos, os três centros de Cachopo, Loulé e Monchique foram considerados investimentos estratégicos.

 

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