«Fazer crescer» o recém criado Museu é um dos principais objetivos da nova Associação dos Amigos do Museu do Lyceu de Faro, formalizada no passado sábado, 25 de Novembro, por 58 fundadores.
O Museu começou a dar os primeiros passos em Maio, quando António Manuel Meira Pinto, atual curador, teve a ideia de abrir o espólio do Liceu (atual Escola Secundária João de Deus) a toda a população.
«A 13 de Maio, inaugurámos o museu com a primeira exposição, “Manuel Viegas Guerreiro e o núcleo museológico do Lyceu” e, desde aí, nunca mais parámos. Depois de tudo constituído, só tínhamos de criar uma associação para podermos ter um suporte legal e financeiro», explica Meira Pinto ao Sul Informação.
No passado dia 25, numa cerimónia que decorreu na Biblioteca da Escola Secundária João de Deus, em Faro, foram assim eleitos os estatutos e os Corpos Sociais, por unanimidade.
Nas palavras de Carlos Luís, antigo aluno e atual diretor da Secundária, a criação deste museu tem importância não só para a comunidade escolar, mas também para a cidade de Faro.
«Este museu traz-nos a história e explica aquilo que nós somos hoje», diz, destacando as centenas de peças, livros e documentos que ali se podem encontrar, algumas das quais estão nesta escola há décadas, parte delas doadas pelo antigo professor e etnólogo Manuel Viegas Guerreiro, que hoje é «o patrono do Museu do Lyceu de Faro».
Nos últimos meses, é ali, numa sala do primeiro piso do Liceu, que Manuel Meira Pinto tem passado grande parte dos seus dias, a pesquisar, catalogar e organizar o material que vai encontrando.
Agora, com o Museu formalmente constituído, naquela sala há duas exposições permanentes – a recriação de uma antiga sala de aula e da sala do reitor – e outras que vão sendo divulgadas consoante os temas. Há ainda um espaço dedicado a peças de coleção, que já estão a ser doadas ao museu.
De acordo com Manuel Meira Pinto, «os pilares fundamentais da existência do museu passam por abrir as portas para o exterior, mas também integrar a comunidade estudantil e os docentes», algo que já está a acontecer.
«Criámos um grupo pequenino, mas bom, de interessados, porque têm de ser alunos com paixão por isto e foram esses alunos que, no sábado, nos apoiaram na parte de relações públicas, na parte de condução das pessoas e foram extraordinários».
O curador destaca ainda que já houve visitas guiadas ao Museu de várias turmas, de Faro e até de outros concelhos do Algarve.
Para já, o Museu do Lyceu ainda não está aberto diariamente a toda a comunidade, apenas por marcação prévia, mas Meira Pinto e Carlos Luís esperam que essa seja uma realidade num futuro próximo.
«Temos também a ideia, e eu já tinha falado com a Câmara sobre isso, de incluir este museu no roteiro turístico da cidade e promover, com agendamento, visitas guiadas ao museu e ao edifício, que também tem valor histórico», frisa o diretor Carlos Luís, referindo que há muitas vezes turistas a querer entrar na escola para a visitar.
Daqui para a frente, a ideia será também concorrer a projetos de financiamento para construir um edifício, dentro do perímetro escolar, para albergar o museu.
«Esta sala onde estamos é boa, mas já não temos espaço. A ideia é passarmos para um edifício simples, moderno, de primeiro piso, para o qual já tenho o projeto feito deste Maio», afirma, entusiasmado, Manuel Meira Pinto.
Assim, até ao final do ano, o objetivo é «tratar de toda a burocracia» e depois «fazer isto andar para a frente», remeta o curador do Museu do Lyceu de Faro.
Corpos Sociais da Associação dos Amigos do Museu do Lyceu de Faro
Marco António Gonçalves Lopes (Vice-presidente)
Luís Gabriel Gago Horta (Secretário)
Sílvio Alexandre Rosa da Ponte (Vice-presidente)
Sandra Isabel dos Santos Costa e Espada (Secretária)
Carla Isabel Dias Anico (Tesoureira)
Susana Cristina Martins Gonçalves (Vogal)
Humberto Quaresma Miguel (Vogal substituto)
Márcia Lúcia Simbron Pimentel Silva (Vogal substituto)
Liliana Maria Jacinto da Silva (Vogal)
Luís António Silva Gabadinho (Vogal)
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação
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