Loulé assinala o 50º aniversário do golpe de Estado militar no Chile

Programa de atividades é desenvolvido esta segunda e terça-feira

A Câmara de Loulé vai assinalar, esta segunda e terça-feira, dias 9 e 10 de Outubro, o 50º aniversário do golpe de Estado militar no Chile, durante o qual foi morto o presidente Salvador Allende, com um programa de atividades culturais organizadas em parceria com a Casa da América Latina e a Embaixada do Chile. 

Hoje, às 21h00, há cinema no Auditório do Solar da Música Nova, com a apresentação do filme “El Clavel Negro – O Cavaleiro Negro”, de Ulf Hultberg.

O filme retrata a vida do embaixador da Suécia no Chile, Harald Edelstam, e a sua luta para ajudar os refugiados chilenos. Após o golpe e em plena ditadura militar de Augusto Pinochet, Harald Edelstam luta pelos direitos humanos, justiça e dignidade, e ajuda centenas de presos políticos a conseguir os documentos necessários para salvar suas vidas. Tido como um herói moderno, os feitos de Harald são até hoje celebrados e tidos como exemplo de humanidade.

Da sétima arte aos debates, no Convento de Espírito Santo, dia 10, entre as 10h00 e as 13h00, realizam-se duas mesas-redondas sobre aquele período da história chilena.

A primeira conta com a presença da embaixadora do Chile em Portugal Marina Teitelboim, dos investigadores Álvaro Soto Carmona e Fernando Camacho Padilla, da Universidade Autónoma de Madrid, e do investigador Francisco Javier Morales Aguilera, da Universidade de Santiago de Compostela, vencedor da mais recente edição do Prémio Científico Mário Quartin Graça com uma tese sobre o conturbado período chileno que antecedeu o golpe de Estado.

A segunda mesa redonda, às 12h00, foca-se na diáspora decorrente do exílio e na pergunta “o que é o Chile para os luso-chilenos de segunda geração?”.

Para este painel estão confirmadas as presenças de Roberto Santandreu, fotógrafo chileno a viver em Portugal há vários anos, Catarina Ariztía, filha do pintor chileno Francisco Ariztía, que também residiu em Portugal durante longos anos, Carmen Yanez, poeta chilena a viver em Espanha, e Luís Cristina de Barros, embaixador português que cumpriu serviço no Chile.

No encerramento deste ciclo, que nasce da parceria que o Município de Loulé tem estabelecido com a Casa da América Latina e com os países que integram esta instituição, sobe ao palco do Cineteatro Louletano, às 21h00, a Brigada Victor Jara.

A Brigada Victor Jara foi criada em 1975 e tem este nome em homenagem ao cantor chileno – Victor Jara -, detido pelos militares chilenos afetos ao General Augusto Pinochet em 12 de Setembro de 1973, um dia após o golpe de Estado, e brutalmente espancado e assassinado cinco dias depois com marcas de 44 balas no corpo.

«Este será um momento musical que não deixará ninguém indiferente, não só pelo simbolismo do concerto, mas também porque o coletivo Brigada Victor Jara é uma referência incontornável da música portuguesa», refere a autarquia.

Todas as iniciativas são de entrada livre.

Salvador Allende

O
Golpe de Estado de 11 de Setembro, ocorrido no Chile, em 1973, foi um golpe militar que derrubou o regime democrático constitucional e depôs o seu presidente Salvador Allende, tendo sido articulado conjuntamente por oficiais insurretos da marinha e do exército chileno, com apoio militar e financeiro externo, bem como de organizações terroristas chilenas, de tendências nacionalistas-neofascistas.
Foi encabeçado pelo general Augusto Pinochet, que se proclamou presidente. O Golpe deu origem a um regime ditatorial que durou 17 anos e foi responsável pela execução de cerca de 40 000 pessoas.

 



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