Proibida entrada e saída de canoas, caiaques e pranchas em seis praias de Lagoa

Medida abrange as praias de Vale Centeanes, Carvalho, Benagil, Marinha, Barranquinho e Albandeira

A capitania do porto de Portimão decidiu proibir a entrada e saída de canoas, caiaques e pranchas em seis praias do concelho de Lagoa, próximas da gruta de Benagil, um dos pontos turísticos mais procurados do Algarve.

A medida, que entrou em vigor em 10 de Setembro, visa «salvaguardar a vida humana no mar, a prestação de socorro e a manutenção da segurança» das embarcações e pessoas e que visitam aquela gruta, lê-se num edital datado de 9 de Setembro.

O documento, publicado na página de Internet da Autoridade Marítima Nacional e assinado pelo capitão do porto de Portimão Eduardo Godinho, refere que a medida abrange as praias de Vale Centeanes, Carvalho, Benagil, Marinha, Barranquinho e Albandeira, todas em Lagoa.

Segundo o edital, a medida – que exclui a proibição em caso de socorro e emergência -, manter-se-á em vigor «até que sejam criados mecanismos que permitam controlar o fluxo destas embarcações na coluna de água contígua a essas praias», estando os incumpridores sujeitos a coimas.

O capitão do porto de Portimão justifica a medida relembrando que o litoral costeiro nesta zona é constituído na sua maioria por arribas, que se encontram «permanentemente ou periodicamente» expostas à ação do mar.

«A evolução (erosão) natural das arribas processa-se numa sequência intermitente e descontínua de derrocadas instantâneas, dinâmica esta que constitui perigo para os utentes deste litoral», lê-se no documento.

Não sendo possível prever a ocorrência de eventuais desmoronamentos e, tendo-se verificado nos últimos anos um aumento exponencial de atividades turísticas, esta é uma forma de salvaguardar a segurança dos banhistas que ali acorrem, nota.

Segundo Eduardo Godinho, quem aluga estes equipamentos acaba por ir para praias de pequenas dimensões inseridas em faixas de risco, sem qualquer controlo que permita limitar o número de utilizadores que acedem ao areal e à coluna de água.

Desta forma, originam-se grandes «acumulações, na coluna de água, em simultâneo com o tráfego de embarcações locais na área também elevado, originando frequentemente, acidentes entre eles», refere.

No edital, o responsável aponta ainda o facto de os utilizadores e visitantes da gruta de Benagil excederem «largamente» em número, os utentes das embarcações na área, sendo na sua maioria, particulares ou clientes de outras empresas.

Ao acederem por meios próprios a esta gruta, frequentemente desembarcam na praia existente no seu interior, que está «integralmente abrangida por faixas de risco das arribas», ou seja, integralmente contida em área «potencialmente atingida por detritos de eventual movimento de massa».

A comprová-lo, conclui o capitão do porto de Portimão, estão os blocos visíveis nessa praia, que «resultam de detritos de anteriores movimentos registados».

A definição das condições de acesso à gruta de Benagil e a necessidade de definir um limite máximo da capacidade de carga humana na zona já levou à criação de um grupo de trabalho composto por várias entidades.

O grupo reuniu-se pela primeira vez na passada quarta-feira, sendo que a próxima reunião deverá decorrer na segunda quinzena de Outubro, de acordo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.

Localizada junto da praia de Benagil, em Lagoa, a gruta é um dos principais pontos turísticos do Algarve, designadamente o algar de Benagil, uma cavidade vertical na rocha que suscita a curiosidade de muitos turistas.

 

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