Governo investe 5 milhões para captar volume morto da barragem de Odelouca

Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, considerou que a situação da água no Algarve «é pior do que no ano passado»

Barragem de Odelouca – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação (arquivo)

O Governo vai investir 5 milhões de euros, do Fundo Ambiental, para reforçar, em 25 hectómetros cúbicos, a capacidade da barragem de Odelouca, em Silves, captando volume morto e aumentando a água disponível. O anúncio foi feito esta sexta-feira, 25 de Agosto, pelo ministro do Ambiente Duarte Cordeiro. 

Na conferência de imprensa após a reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, o governante explicou que esta é uma barragem «cuja capacidade não corresponde ao volume disponível».

O objetivo é ter a obra pronta daqui a um ano, sendo o grande objetivo aumentar a «eficácia do aproveitamento das albufeiras do Algarve».

Em declarações ao Sul Informação, António Eusébio, presidente do Conselho de Administração da empresa Águas do Algarve, explicou que esta obra irá servir para que se aproveite o volume morto da barragem – abaixo do nível gravítico – um pouco à semelhança do que foi feito em Odeleite.

«Irá permitir aumentar a capacidade de elevação do nível de água abaixo do nível gravítico», resumiu o responsável.

O que será construído será um «sistema de elevação que permita retirar esse volume que está abaixo do nível gravítico», acrescentou António Eusébio.

Na conferência de imprensa de ontem, Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, considerou que a situação da água no Algarve «é pior do que no ano passado, quer na zona do Barlavento, quer do Sotavento».

 

Duarte Cordeiro – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

Ainda assim, o governante deixou um elogio ao «setor agrícola» da região, uma vez que as medidas de poupança fizeram «efeito», essencialmente pelas ações «adotadas» na agricultura.

Houve uma redução, no uso, de «14%», apesar de o objetivo serem os 20%. Em relação ao setor do golfe, o ministro salientou o facto de já haver campos a usar água reciclada para rega, como é o caso do Castro Marim Golf.

Duarte Cordeiro também anunciou que se irá avançar com uma maior fiscalização no aquífero de Querença-Silves (depois de tal já ter acontecido no de Almádena-Odiáxere), para monitorizar captações e fiscalizar o uso indevido de furos.

De resto, após a reunião de ontem, o Governo deu conta de que, considerando todo o território nacional, há 48% em situação de seca severa a extrema – no ano passado, era a totalidade.

Só que, provando que as médias estatísticas podem enganar, no Algarve e Alentejo a situação é, agora, mais grave que há um ano.

Nas próximas semanas, está prevista alguma precipitação que «ajudará o país», mas não é por isso que deixaremos de estar em seca. Até porque essa chuva, se cair, não deverá ser no Sul do país.

 

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