Portimão volta a abrir uma janela para o mundo com a World Press Photo

Depois de um integrregno de 12 anos

 

A «mais importante exposição de fotojornalismo no mundo» está de volta à zona ribeirinha de Portimão, após um interregno de 12 anos. A World Press Photo, que pode ser vista no restaurado edifício da antiga Lota, junto à ponte velha, fica patente até 16 de Agosto.

Na abertura, João Neves dos Santos, da associação cultural Música XXI e curador da exposição em Portimão, recordou que, quando a mostra esteve patente na cidade, entre 1999 e 2011, «chegámos a ser a segunda exposição da World Press Photo mais visitada na Europa».

Ora isso, acrescentou, «não é um acaso, é um trabalho da autarquia, do seu empenho, da forma como fazem acontecer esta exposição aqui».

«Começámos em 1999, com a Câmara de Portimão a apoiar financeiramente a vinda da exposição», recordou.

A primeira edição aconteceu ainda «no edifício onde hoje existe o Museu de Portimão, antes das obras. Falei na altura com o professor Gameiro, que guardo na minha memória como sendo uma das pessoas que fez a WPP acontecer em Portimão, sempre com muito sucesso».

Mas o regresso da mostra após doze anos de interregno, deve-se agora a Isabel Soares, chefe da Divisão de Museus da Câmara de Portimão, «que decidiu contactar-nos para saber se tínhamos condições para voltar a trazer a exposição outra vez».

O curador não esqueceu ainda o papel de Isilda Gomes, que, em 1999, era vereadora da Cultura e agora é presidente da Câmara.

A autarca, por seu lado, realçou a importância de divulgar, através da imagem, «histórias reais, mesmo as mais duras e difíceis».  Estas fotografias, ao contrário das que vemos de forma rápida nos nossos telemóveis, «permitem-nos olhar para lá daquilo que é a imagem inicial, analisar».

O destaque de Isilda Gomes foi para a fotografia escolhida para o postal de divulgação da WPP em Portimão, que mostra uma rapariga iraniana, sentada numa cadeira numa movimentada praça em Teerão, desafiando a lei obrigatória do hijab, alguns dias após a morte de Masha, a jovem de 22 anos que morreu depois ter sido agredida pela polícia, precisamente por não usar hijab.

Trata-se de uma foto do iraniano Ahmad Halabisaz, freelancer, que conquistou uma menção honrosa.

«Se me dessem a escolher, era exatamente esta a foto que eu escolheria. Porque ela representa um grito pela liberdade, um grito pela democracia, um grito pela igualdade de direitos das mulheres», sublinhou a presidente da Câmara de Portimão.

A presente edição da mostra é promovida pela Associação Cultural Música XXI, que esteve representada no evento também pela sua presidente, Ana Cristina Oliveira.

A exposição está patente na antiga Lota, todos os dias, entre as 18h00 e a meia noite, até dia 16 de Agosto.

Salientando que a antiga Lota é agora um «espaço de passagem obrigatória em Portimão», a presidente da Câmara elogiou ainda o horário escolhido, porque é «quando os portimonenses e os turistas passeiam aqui pela nossa zona ribeirinha». Para mais porque a entrada é gratuita.

 

Fotos de Elisabete Rodrigues | Sul Informação e de Pedro Godinho, estagiário de Fotografia da Escola Profissional Gil Eanes

 

Leia mais um pouco!
 
Uma região forte precisa de uma imprensa forte e, nos dias que correm, a imprensa depende dos seus leitores. Disponibilizamos todos os conteúdos do Sul Infomação gratuitamente, porque acreditamos que não é com barreiras que se aproxima o público do jornalismo responsável e de qualidade. Por isso, o seu contributo é essencial.  
Contribua aqui!

 



Comentários

pub