“O Mundo dos Insetos” vai ser discutido na Fundação Manuel Viegas Guerreiro

A “Aula Livre” será proferida por Maria Rosa Paiva

Foto: Fabiana Saboya | Sul Informação

Os próximos “Estudos Gerais Livres”, promovidos pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro, realizam-se este sábado, 15 de Julho, a partir das 18h00, em Querença, e vão discutir “O Mundo dos Insetos”. 

A “Aula Livre” será proferida por Maria Rosa Paiva, professora catedrática de ecologia, DCEA (Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente), NOVA FCT, Universidade NOVA de Lisboa, e investigadora no CENSE (Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade).

A palestra intitula-se “Insectos: Engenheiros do Ambiente e suporte de vida na Terra” e evidenciará a importância destes seres vivos, que constituem mais de metade das espécies com que compartimos a Terra, protagonistas da polinização, do controle biológico de pragas e doenças, da decomposição, formação do solo, purificação da água e alimento para outros seres vivos.

«Constatamos que quase todos os tipos de meios foram colonizados por insetos, desde o corpo humano às grutas, dos sistemas lacustres ao solo, fungos, plantas, animais e até mesmo aos canos de esgoto. Em cada tipo de habitat, desempenham os insetos funções especializadas, quais engenheiros do ambiente, assegurando assim a continuidade da vida no planeta», assegura Maria Rosa Paiva.

Um relatório das Nações Unidas de 2020 estima que mais de um milhão de espécies estão em perigo de extinção nas próximas décadas. No que respeita aos insectos, alguns estudos realizados nas regiões mais desenvolvidas, Europa e Estados Unidos, apontam para declínios muito substanciais da sua abundância.

O debate em torno da diminuição severa da biodiversidade será moderado por José Carlos Fernandes, engenheiro do ambiente.

«O declínio das populações de insetos inspira preocupação aos que estão conscientes do papel que estes desempenham nos ecossistemas naturais, mas deveria inquietar também os que tendem a vê-los apenas como pragas a exterminar, uma vez que deles também depende a vitalidade da agricultura», diz.

Em contramão, aumenta o financiamento para pesquisa e conservação de insetos por parte de países como Alemanha, Suécia, Costa Rica e Estados Unidos. Por outro lado, regista-se um maior número de iniciativas promovidas pela sociedade civil que alertam para este flagelo, tentando centrar o mundo dos insectos no seu quotidiano.

Na iniciativa de Querença, estará patente uma exposição artística de insectos em grande escala. ‘Artrópode’ tem a assinatura do fotógrafo Vítor Martins.

«Os insetos, dotados de adaptações geniais, exibem-se aqui através de brilhantes exemplares de cor e forma, quase impossíveis de imaginar», diz.

O fotógrafo destaca as opções da mostra: «estas fotografias trazem-nos um pouco mais para perto destes animais, elevados pela lente assim como pelo grafismo artístico, onde podemos descobrir detalhes raramente observados».

‘Artrópode’ estreia o ‘Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro’ (PEB-MGG) como espaço expositivo, cumprindo a sua dimensão cultural. Tal como no jardim ‘in situ’, recentemente inaugurado pelo general António Ramalho Eanes, também poderemos observar esta imagens na sede da Fundação e na aldeia.

Após a palestra e o debate em torno da temática, Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, encerra a sessão. Segue-se a inauguração da exposição composta por 20 imagens macro, patente na biblioteca da Fundação, no “Centro de Estudos Algarvios Luís Guerreiro”, na aldeia de Querença e no PEB-MGG.

Esta será a terceira “Aula Livre”, após a reativação dos Estudos Gerais Livres no 4.º Festival Literário Internacional de Querença, promovido pela Fundação em 2019. A primeira convidada foi Francisca Van Dunem, magistrada e, na altura, ministra da Justiça.

A 2.ª Aula ocorreu depois da pandemia, em parceria com a Fundação José Saramago, no centenário de nascimento do Nobel português da Literatura. Ambas as “aulas”, da ex-ministra e de Pilar del Río, estão disponíveis em suporte papel na FMVG.

Esta iniciativa tem o apoio da Direção Regional de Cultural do Algarve, da Câmara Municipal de Loulé e da União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim.

 



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