Especialistas em aquacultura debatem o futuro que querem para o setor

Muitos especialistas que participaram no world café são do Algarve

Apostar em ingredientes mais sustentáveis nas rações e criar incentivos fiscais para a adoção de recursos mais verdes e empresas cumpridoras. Um conjunto de atores ligados à aquacultura reuniram-se, no dia 26 de Maio, no world café “A Aquacultura para o Futuro que Queremos”, para discutir e propor ações que impulsionem a sustentabilidade, competitividade e diversificação do setor.

O encontro, realizado na Escola de Hotelaria de Setúbal, contou com a participação de representantes de empresas, centros de investigação e desenvolvimento e diversos atores-chave ligados ao setor.

O principal objetivo do World Café, inserido no XXIII Congresso da Associação Portuguesa de Aquacultores (APA), foi identificar e debater as transformações necessárias para impulsionar a indústria, bem como propor ações concretas que contribuam para o seu desenvolvimento.

No total, houve cinco mesas redondas e cinco perguntas nas áreas da sustentabilidade e bem-estar animal; licenciamento; competitividade e investimento; comunicação; e ciência e inovação.

Do debate resultou a apresentação de cerca de 60 ações concretas para a transformação da aquacultura nacional.

No final, foram eleitas pelos participantes as ações mais importantes, em cinco temáticas: Sustentabilidade, desempenho ambiental e económico, saúde e bem-estar animal; Licenciamento, ordenamento do território e quadro regulamentar e administrativo; Competitividade, investimento, diversificação, certificação e valor acrescentado; Comunicação e aceitação social; e Ciência e Inovação (ver lista completa em baixo.

«Os resultados refletem o compromisso dos diversos atores do setor de aquacultura portuguesa em impulsionar a sustentabilidade e a competitividade e serão integrados num documento mais abrangente sobre o momento atual do setor, não só na perspetiva dos produtores, mas contando também com a perceção dos governantes, consumidores, grande público, comunidade científica e associações ambientalistas», segundo os organizadores do evento.

O World Café “A Aquacultura para o Futuro que Queremos” envolveu pela primeira vez todos os Laboratórios Colaborativos ligados à economia azul, nomeadamente o +ATLANTIC, o B2E CoLAB, o GreenColab, o S2Aqua e ainda o Fórum Oceano.

 

Ações que receberam mais votos:

Sustentabilidade, desempenho ambiental e económico, saúde e bem-estar animal:

– Criar incentivos fiscais para a adoção de recursos mais verdes e incentivos fiscais para empresas cumpridoras;
– Comunicar de forma alargada a vários públicos sobre modos de produção e da origem do produto;
– Apostar em ingredientes mais sustentáveis, locais e funcionais nas rações.

Licenciamento, ordenamento do território e quadro regulamentar e administrativo:

– Criar um organismo interlocutor que agilize, acompanhe e apoie as empresas;
– Revisar e ordenar o território a fim de garantir uma melhor caracterização das áreas de produção com relação a dimensão do investimento, potenciais espécies a serem produzidas, capacidade de carga do ambiente e acessibilidade;
– Capacitar os recursos humanos/técnicos das entidades públicas responsáveis pelo licenciamento.

Competitividade, investimento, diversificação, certificação e valor acrescentado:

– Realizar investimento na transformação (filetagem, embalagem, apresentação);
– Investir na diferenciação da oferta nacional através de selos de qualidade;
– Investir em estudos de mercado.

Comunicação e aceitação social:

– Colocar conteúdos didáticos sobre aquacultura em ambiente escolar;
– Criar rótulos para os produtos com mais informação para além do país de produção;
– Apostar em comunicação mediática.

Ciência e Inovação:

– Criar base de dados que fomente parcerias entre instituições de I&D e a indústria;
– Realizar visitas técnicas de investigadores às instalações de aquacultura;
– Realizar seminário/congresso para divulgação dos resultados junto de academia, instituições de I&D e indústria.

 

 



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