Ministro não exclui mais medidas restritivas devido à falta de água no Algarve

Segundo Duarte Cordeiro, é necessário «ir acompanhando aquilo que são os consumos»

Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, não excluiu, esta segunda-feira, 5 de Junho, que, nos próximos meses, haja ainda mais medidas restritivas devido à falta de água no Algarve. 

O governante participou na 8ª Reunião do Conselho Local de Acompanhamento da Ação Climática do Município de Loulé que está a decorrer no Hotel Ria Park, no Vale do Garrão (Almancil).

Em declarações aos jornalistas, à margem da iniciativa, Duarte Cordeiro admitiu que, apesar das medidas já adotadas no Algarve, como a redução da quota de água para agricultura e golfes na barragem de Odeleite ou o encerramento de piscinas municipais, pode haver mais na calha.

«Claro que é possível haver mais medidas, da mesma maneira que foi possível termos, na semana passada, tomado decisões. Temos de ir acompanhando a situação, por isso é que fazemos reuniões mensais e por isso é que a AMAL se reúne com regularidade», disse o governante.

Segundo Duarte Cordeiro, é necessário «ir acompanhando aquilo que são os consumos», sendo que será lançada uma campanha de sensibilização no dia 15 de Junho.

«Se o consumo aumentar substancialmente e as medidas que adotámos não forem suficientes, provavelmente temos de tomar mais», admitiu.

Questionado sobre que tipo de ações podem estar previstas, Duarte Cordeiro não quis «fazer especulações».

«Devemos, progressivamente, introduzir medidas racionais, mas também sabemos que devemos apostar muito na redução do consumo: o nível de consumo este ano, no Algarve, está superior ao ano passado», adiantou.

Com o Verão a aproximar-se, altura em que a população do Algarve triplica, Duarte Cordeiro disse que a região tem de se posicionar «não necessariamente contra a possibilidade de nos visitarem, mas, sim, como um destino sustentável em que quem nos visita também sabe que tem de cumprir algumas regras».

«Hoje, os hotéis de melhor qualidade, sabem que a sustentabilidade é um elemento central e têm de forma de reduzir os seus consumos: basta que os monitorizem e depois tenham um plano», disse o governante.

«Nós temos hoje um plano de investimentos muito significativo no Algarve para reforçar a capacidade de oferta de recursos hídricos, mas sabemos que vamos ter menos precipitação no futuro. Portanto, vamos ter que trabalhar nas duas dimensões: por um lado dentro do possível, com os recursos que o país tem, com os recursos europeus disponíveis e investir na eficiência do consumo da agua, na interligação passando a água do Sotavento para o Barlavento, mas também, novas fontes de água, água reciclada e água que venha do mar através da dessalinizadora», concluiu.

 

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