Falta de material “encalha” videovigilância na Praia da Rocha

Vereadores do PSD criticam alegada falta de articulação entre as forças de segurança e a Câmara Municipal

O sistema de videovigilância da Praia da Rocha já devia estar em funcionamento, mas a empresa que foi contratada para o instalar não o conseguiu fazer até agora, porque «ainda está à espera do material», revelou ao Sul Informação Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão.

A edil portimonense confessa que a perspetiva da Câmara, após a assinatura do contrato com a empresa para instalação deste sistema, há cerca de um mês, era «ter a videovigilância a funcionar já em Agosto».

No entanto, «ainda falta montar as câmaras», que são 32, no total, um problema que está «do lado da empresa», que tem enfrentado dificuldades em adquirir o material necessário junto dos fornecedores.

A presidente da Câmara, eleita pelo PS, acredita que ainda será possível ter o sistema a funcionar «este Verão» e até já aponta ao futuro: «Queremos lançar o mais brevemente possível novo concurso para estender a rede de videovigilância até à zona histórica da cidade» de Portimão.

A demora na instalação de videovigilância na Praia da Rocha foi uma das «promessas não cumpridas» pelo executivo lamentadas pelos vereadores do PSD, Rui André e Ana Fazenda, em Portimão, após uma Reunião de Câmara extraordinária que contou com a presença de representantes da PSP, GNR e da Autoridade Marítima Nacional, realizada a pedido dos eleitos da oposição.

Esta reunião surgiu depois de mais desacatos envolvendo turistas na zona dos bares da Praia da Rocha, repetindo as cenas de destruição e pancadaria que já ali tinham ocorrido em Junho passado.

No entanto, as principais críticas dos social-democratas prendem-se com uma alegada falta de articulação entre a Câmara e as diferentes forças de segurança. Criticam também questões que, na visão do principal partido da oposição, dificultam o trabalho destas últimas.

«No entender dos eleitos pelo PSD, a Câmara Municipal de Portimão deve assumir o seu papel liderante e de articulação com as forças de segurança, de forma a debelar alguns problemas que criam graves constrangimentos à população», afirmam Rui André e Ana Fazenda numa nota de imprensa.

Os dois vereadores da oposição exigem «uma maior articulação entre a autarquia e as forças de segurança», considerando que  as «alterações de trânsito sem parecer da Comissão Municipal de Trânsito» e o facto da Comissão Municipal de Segurança não se reunir há mais de dois anos são exemplos de situações que «só contribuem para o descrédito das medidas políticas deste executivo».

Da parte de Isilda Gomes, que até não participou nessa reunião de Câmara por estar doente com Covid-19, chega a garantia de que a articulação com as forças de seguranças «é a melhor».

«Falamos a toda a hora. Estamos constantemente em contacto, temos uma ligação muito próxima com todas as forças de segurança», assegurou a presidente de Câmara socialista.

«Há quem pense que os problemas se resolvem nas reuniões. Mas não é assim. Sempre que há um problema, nós procuramos resolvê-lo na hora, por telefone. Até hoje, tive sempre a melhor resposta de todas as forças de segurança», acrescentou Isilda Gomes.

Apesar de falarem de uma «crónica falta de recursos humanos», os vereadores do PSD não duvidam que «Portimão é hoje um concelho que tem nas suas forças de segurança o garante da tranquilidade necessária».

«Infelizmente, esse esforço faz-se, muitas vezes, pela abnegação e dedicação dos profissionais, pois as forças de segurança que operam neste território apresentam algumas necessidades que urge ultrapassar», defendem.

Além da falta de operacionais,  «as instalações ainda não estão adequadas para as suas necessidades, conforme foi relatado nesta reunião».

«No caso da GNR, são necessárias adequações do posto para um melhor acolhimento dos cidadãos, por exemplo com sala de apoio à vítima, instalações sanitárias e áreas de acolhimento/receção, bem como uma sala de espera», salientam os vereadores social-democratas Rui André e Ana Fazenda .

Já quanto à PSP, «apesar de estar neste momento a sofrer obras de melhoramento das suas instalações», prevê-se que essa intervenção não dê «resposta aos principais problemas, pelo que se apela à Câmara de Portimão que faça eco dessas necessidades junto do Governo», dizem.

Outra questão levantada por Rui André e Ana Fazenda relaciona-se com a falta de «boa convivência entre bares em zonas turísticas com residentes, com queixas constantes sobre o ruído».

Um problema que Isilda Gomes reconhece que existe, mas que garante que já está a ser “atacado”.

«Já houve bares que foram notificados para reduzir o horário de funcionamento, devido ao excesso de decibéis», garantiu a presidente da Câmara de Portimão.

«Temos medidores de ruído e sabemos quem abusa. Se isso acontecer, reduzimos o horário dos estabelecimentos», disse, adiantado que na semana anterior tinha sido «aprovada pela Câmara uma proposta de redução do horário de um bar para a meia-noite», precisamente devido ao excesso de ruído.

Da parte do PSD, cujos vereadores em Portimão afirmam o seu «regozijo pela realização desta reunião» com a presença dos representantes das forças da autoridade, fica ainda a promessa de disponibilidade «para as necessárias decisões políticas e construção de soluções conducentes a uma cidade ainda mais segura, onde os cidadãos, os turistas e os comerciantes locais possam sentir-se em segurança».

 

 

 

 



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