Obra no Porto de Portimão: Ferragudo quer taxa turística e Museu Arqueológico

Executivo de Ferragudo garante que, «caso as pretensões» não sejam «ouvidas», os membros vão colocar o cargo à disposição

Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação – Arquivo

Um Centro de Estudo de Fauna e Flora do Arade, uma linha de apoio para criar um Museu Arqueológico, a requalificação do Molhe Este e o pagamento de uma taxa turística para os passageiros dos cruzeiros. A Junta de Freguesia de Ferragudo reafirma que é contra a obra de alargamento do Canal do Porto de Portimão e estas são algumas das medidas que defende. 

O executivo da Junta de Freguesia esteve reunido no passado dia 3 de Julho para debater o parecer positivo condicionado, dado pela Agência Portuguesa do Ambiente, ao alargamento do Canal do Porto de Portimão para permitir a entrada de cruzeiros de maior dimensão.

Na ata dessa reunião, a autarquia garante que, durante o período de discussão pública, se manifestou contra, contrariando as palavras de José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), que garantiu que a obra só avança porque houve consentimento das autarquias de Portimão, Lagoa e Ferragudo.

A Junta de Freguesia ferragudense defende que «não existe qualquer estudo económico-financeiro e ambiental sobre a operação dos cruzeiros no Rio Arade».

«O rio efetivamente necessita de obras de manutenção e desassoreamento para assegurar a sua navegabilidade e longevidade. A operação de portos de cruzeiros encontra-se a ser abandonada pelos grandes players europeus, face ao agravamento dos danos para o ambiente na sua globalidade, às alterações climáticas e aos prejuízos que trazem a médio e longo prazo para as populações e suas atividades. O impacto socioeconómico para a margem esquerda do Arade é nulo, não tendo sido acauteladas medidas de mitigação para as atividades aí existentes, no início, durante e no final das obras», defende.

A autarquia dá um conjunto de sete medidas que continuará a defender.

A saber: um estudo económico-financeiro e ambiental sobre a operação dos cruzeiros no Rio Arade e o aumento da dimensão dos navios de cruzeiro, a «urgente requalificação da Praia da Angrinha, de acordo com as reuniões iniciadas entre a Junta de Freguesia e Câmara Municipal, com o apoio da associação de pescadores, recorrendo a fundos específicos, o que não se encontra acautelado», a criação de um «centro de estudo de fauna e flora do Arade e a disponibilização de linha de apoio para a criação do Museu Arqueológico do Arade, no âmbito do protocolo a firmar entre as entidades para a preservação dos achados, a se localizar na margem esquerda».

A isto soma-se a «requalificação do molhe Este», a criação de uma taxa turística a aplicar aos visitantes de cruzeiros, «em que o fundos serão aplicados nas atividades piscatórias, turísticas e culturais da população de Ferragudo, bem como em medidas ambientais para mitigação dos efeitos nefastos do projeto» e a «defesa da Marina de Ferragudo, em moldes mais atuais e amigos do ambiente, como polo de dinamização económica da margem esquerda e das suas gentes».

De resto, o executivo de Ferragudo vai mais longe e garante que, «caso as pretensões» nas sejam «ouvidas», os membros «se disponibilizarão para colocar o seu cargo à disposição junto da população e das entidades competentes».

 



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