CDU: Venda de terreno camarário promove «descaracterização da frente ribeirinha» de Olhão

Em causa terreno junto ao Porto de Recreio que era usado como estacionamento

A CDU de Olhão acusa o executivo municipal olhanense de «mais um passo» para «a descaracterização da frente ribeirinha de Olhão», com a aprovação da venda de «um importante lote de terreno» situado entre o Real Marina Hotel de Olhão e o novo empreendimento Marina Del Mar, frente ao Porto de Recreio de Olhão, que era usado como espaço de estacionamento.

«A alienação deste espaço irá empurrar a atual zona de estacionamento – para quem se desloca diariamente à zona ribeirinha e aos mercados de Olhão – para um terreno ainda mais afastado desta zona. Uma solução provisória que corre o risco de ser eliminada mais à frente, pelos mesmos motivos que levaram agora à alienação deste terreno», enquadra a CDU.

Os comunistas questionam-se, por um lado, sobre «as razões da urgência desta venda» e, por outro, sobre «o destino a dar ao encaixe realizado», que se estima que seja na ordem dos 2,7 milhões de euros.

«Para a CDU, trata-se de mais um passo que se insere na profunda descaracterização da frente ribeirinha de Olhão, que a maioria PS faz passar por “requalificação”, e a sua entrega aos grandes interesses imobiliários que aí pretendem construir e vender habitações de luxo, inacessíveis à larga maioria da população do concelho que tem vindo ao longo dos anos a ser expulsa das zonas históricas e mais nobres da cidade de Olhão», dizem.

A CDU, que se absteve na votação da proposta do executivo PS de vender este lote, assegura que «não se opõe à alienação de património público quando se justifique, tal como não se opõe à construção de novos edifícios».

«Mas a política urbanística e de planeamento do Município não pode andar atrelada aos grandes interesses imobiliários como tem sido o caso», defende.

Os comunistas acusam mesmo os socialistas, que dirigem esta Câmara desde o 25 de Abril, de terem sido «um ator empenhado na promoção da especulação imobiliária, com a alienação de terrenos municipais, ou procedendo à compra de outros bens imóveis, sem que isso se reflita no desenvolvimento para o concelho».

Este partido defende ainda «a necessidade de uma outra política urbanística para o concelho que assegure o equilíbrio económico, social, territorial, ambiental e a mobilidade».

 

 

 



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