Temperatura máxima em Janeiro foi a mais alta dos últimos 90 anos, seca extrema aumenta no Sul

Seca extrema já afeta quase todo o Algarve e metade do distrito de Beja

O mês de Janeiro passado foi quente e muito seco em Portugal continental, anunciou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) no seu boletim climatológico.

Um dos dados mais relevantes tem a ver com a temperatura máxima. É que, segundo o IPMA, «o valor de temperatura máxima do ar foi o mais alto dos últimos 90 anos, com um valor médio de 15.29 °C, + 2.20 °C, em relação ao valor normal 1971-2000». Em sentido oposto, o valor médio de temperatura mínima do ar, 4.02 °C, foi 0.52 °C inferior ao valor normal.

O valor médio da temperatura média do ar, 9.65 °C, foi superior ao valor normal 1971-2000 (+ 0.84 °C), sendo este o 5º Janeiro mais quente desde 2000 (mais alto: 2016, 10.78 °C).

O IPMA acrescenta que o mês foi «caracterizado por valores diários de temperatura máxima do ar quase sempre superiores ao valor médio mensal, sendo de salientar os períodos de 1 a 3 e de 27 a 31 de janeiro, com desvios superiores a 4 °C».

Foram mesmo ultrapassados ou igualados os valores extremos temperatura máxima do ar para o mês de Janeiro em cerca de 15% das estações meteorológicas.

A temperatura mínima também começou com valores muito acima da média, mas, a partir de dia 13, os valores diários estiveram quase sempre inferiores, destacando-se o período consecutivo de 10 dias, 17 a 26 de Janeiro.

Em relação à precipitação, o mês passado foi o 6º Janeiro mais seco desde 1931 (mais seco: 1935) e o 2º mais seco desde 2000 (mais seco: 2005).

O valor médio da quantidade de precipitação, 13.9 mm, foi muito inferior ao valor normal 1971-2000, correspondendo a apenas 12 %.

O IPMA refere que, em cerca de 75 % do território, os valores da quantidade de precipitação neste mês foram inferiores a 10 mm.

Como consequência da falta de chuva, o índice de percentagem de água no solo (SMI) apresenta uma diminuição significativa em relação ao final de Dezembro em todo o território, salientando-se os valores inferiores a 20% na região Nordeste e na região Sul. «Em muito locais dessas regiões, já se atingiu o ponto de emurchecimento permanente».

A falta de chuva e as temperaturas mais elevadas levaram ao «agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, com um aumento da área e da intensidade».

De tal forma que, no final do mês passado, todo o território estava em seca, com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema.

Como se pode ver nas imagens acima, a zona em seca extrema abarca mais de dois terços do Algarve, a metade ocidental do distrito de Beja e a zona mais Sul do de Setúbal.

 



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