Francisco Amaral quer usar maiorias em Castro Marim para «finalmente» cumprir desejos antigos

Só ao terceiro mandato é que o experiente autarca conseguiu maioria quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal

Foram precisos oito anos e duas eleições para Francisco Amaral ter, «finalmente», maioria absoluta na Assembleia Municipal. E se, por um lado, esta é uma boa notícia, «já não temos desculpa para não fazer seja o que for, em benefício dos castromarinenses», admitiu o presidente da Câmara, à margem da tomada de posse para o seu terceiro e último mandato em Castro Marim.

A carta branca que o povo deu ao PSD, ao conceder «esta esmagadora maioria na Assembleia Municipal, nas freguesias e na Câmara», foi salientada por Francisco Amaral, mas também pelo presidente da Assembleia Municipal cessante, José Domingos, do PS.

Na hora da despedida do cargo – continua a ser deputado municipal -, o socialista salientou, precisamente, que o executivo «tem todas as possibilidades para pôr em prática as suas soluções. Exige-se o cumprimento do prometido, para bem dos castromarinenses».

Francisco Amaral, por seu lado, admitiu ao Sul Informação, à margem da sessão, que este resultado «é uma responsabilidade», mas que diz acolher de braços abertos.

«Estou cá há oito anos como presidente da Câmara de Castro Marim e, de facto, nunca tive a maioria absoluta na Assembleia Municipal, que muitas vezes foi um órgão que serviu de obstáculo, de entrave, e não me permitiu fazer algumas coisas», ilustrou.

 

Francisco Amaral (PSD) a tomar posse como presidente da Câmara de Castro Marim

 

A maioria na Câmara e na Assembleia Municipal, bem como a conquista das quatro juntas de freguesia do concelho, chega em boa hora, acredita o edil castromarinense, já que também se espera que, em breve, comece a chegar mais dinheiro aos cofres camarários.

«Nós conseguimos desencalhar alguns empreendimentos turísticos que estavam parados há alguns anos e, de algum modo, isso irá aumentar substancialmente as receitas municipais, o que nos permitirá fazer obra e apostar mais na ação social, que também é muito importante», ilustrou.

Em causa estão os empreendimentos Verdelago, Retur e Almada de Ouro. «Algumas unidades estão já em construção, outras vão avançar agora».

Francisco Amaral assegurou, de resto, que só ainda não reviu o regulamento de ação social, algo que quer fazer, «de modo a torná-lo mais abrangente, mais amigo de quem precisa», porque não teve «a maioria na AM nestes últimos oito anos».

«Queremos explorar áreas que ainda não foram exploradas pelo municípios. Estou-me a lembrar, por exemplo, dos escandalosos tempos de espera para as consultas externas e para as operações cirúrgicas nos hospitais, em particular no de Faro», disse.

«Com a revisão do regulamento de ação social, isso permitir-nos-á ultrapassar alguns obstáculos e financiar algumas intervenções cirúrgicas», acrescentou o presidente da Câmara de Castro Marim.

Quanto a obra, «é importante fazer mais habitação social e loteamentos. Em Alcoutim, alienei lotes a preços simbólicos, para incentivar a construção. Até se pode juntar o útil ao agradável: fazer casas e loteamentos habitacionais nas freguesias de serra, nomeadamente no Azinhal e em Odeleite, para combater a desertificação», exemplificou.

No entanto, a grande prioridade «é levar água a todas as casas. Não faz sentido que ainda haja populações que não tenham água. Nos anteriores mandatos, já fizemos um esforço muito grande, para levar água a 30 e tal povoações, mas ainda há algumas que não têm».

«Também há que renovar a rede de água e saneamento básico de Castro Marim, que tem 70 anos e rompe constantemente».

«Há que fazer ciclovias, parques de autocaravanismo e parques de estacionamento automóvel, nomeadamente nas praias. Há um conjunto de obras que temos para fazer e há que arregaçar as mangas e avançar. Temos pela frente quatro anos de muito trabalho», antecipou Francisco Amaral.

 

 

E, a fazer fé nas palavras do novo presidente da Assembleia Municipal, não será por falta de apoio deste órgão que estas obras não avançarão.

«A Assembleia Municipal vai deixar de uma força de bloqueio. Este vai deixar de ser um órgão hostil ao executivo», assegurou João Fernandes

«Pode contar com toda a solidariedade política desta AM», disse o social-democrata, momentos depois da lista única que encabeçou, na eleição da mesa da Assembleia Municipal, e onde foi acompanhado por Luís Filipe Cruz (PSD, 1º secretário) e por Diane Valentim (PSD, 2ª secretária) ter obtido 13 votos a favor e cinco em branco.

Um resultado que se esperava, uma vez que o PSD conta com 13 elementos na AM, nove eleitos diretamente e quatro presidentes de Junta. O PS elegeu seis deputados municipais, mas um não marcou presença na tomada de posse.

Já Francisco Amaral conta com mais dois vereadores do PSD, Filomena Sintra e João Pereira, e o PS garantiu os outros dois lugares, que foram ocupados por Rosa Nunes e por Luís Guilhermino.

«Deus nos dê saúde, porque ânimo, determinação e vontade não nos faltam», rematou Francisco Amaral.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 


Tomada de Posse dos Órgãos Autárquicos de Castro Marim
CÂMARA MUNICIPAL
Francisco Amaral (PSD), presidente
Rosa Nunes (PS), vereadora
Filomena Sintra (PSD), vereadora
Luís Guilhermino (PS), vereador
João Pereira (PSD), vereador
ASSEMBLEIA MUNICIPAL
João Fernandes (PSD), eleito presidente
João Nabais (PS)
Victor Rosa (PSD)
Diane Valentim (PSD)
João Pereira da Silva (PS)
Luís Filipe Cruz (PSD)
Lisandra Germano (PS)
Luís Afonso (PSD)
Ernestina de Castro (PSD)
Leonel Brás (PS)
Luís Martins (PSD)
Sérgio Vicente (PSD)
Ana Catarina Norberto (PS faltou)
Maria Margarida Claudino (PSD)
José Domingos (PS)
PRESIDENTES DAS JUNTAS DE FREGUESIA
(também com assento, por inerência, na AM)
Fernanda de Sousa, Junta de Freguesia de Altura (PSD)
Nuno Emídio, Junta de Freguesia de Castro Marim (PSD)
Maria do Rosário de Sousa, Junta de Freguesia de Odeleite (PSD)
António Pereira, Junta de Freguesia do Azinhal (PSD)

 

 

 



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