O Bloco de Esquerda (BE) pediu uma reunião urgente com Castelão Rodrigues, o diretor regional do Instituto de Conservação de Natureza e Florestas, por causa do abate de árvores e dos atentados ambientais cometidos pelos proprietários de dois terrenos em zona de Parque Natural da Ria Formosa, um em Cabanas de Tavira e o outro situado entre Cacela Velha e a Manta Rota.
O pedido de reunião surge depois de João Vasconcelos, deputado do BE eleito pelo Algarve, ter ido ao terreno e ter constatado «a dimensão das alegadas irregularidades» nos terrenos em causa.
Na Quinta da Manta Rota, entre Cacela Velha e Manta Rota, como o Sul Informação deu conta na altura, o ICNF embargou uma parte dos trabalhos que a Frusoal está ali a fazer.
O Bloco contestou esta intervenção «de reconversão do pomar de sequeiro, para culturas intensivas de regadio, numa área superior a 15 hectares em que 10 são área Reserva Ecológica Nacional», que «introduz uma profunda alteração da paisagem numa zona em que a salvaguarda do ambiente natural adquire um valor extremamente elevado, face à aposta por um turismo de qualidade».
«Acresce que a contínua pulverização de campos afetará a saúde pública e todo o ecossistema envolvente, alterando definitivamente a qualidade ambiental existente no local», afirma o partido.
A outra situação denunciada pelos bloquistas é o da prática reiterada e reincidente de ilegalidades num terreno à beira da Ria Formosa, perto de Cabanas de Tavira, em pleno Parque Natural, por parte do seu proprietário.
Neste casos, como o Sul Informação também já deu conta, continua o abate de árvores e movimentação de terras, bem como a despedrega, apesar de os trabalhos já terem sido embargados antes pelo ICNF.
No terreno, o BE «constatou que houve trabalhos em cima da duna primária com alteração do perfil do terreno, destruição do coberto vegetal e de árvores centenárias, assim como movimentações de terrenos em larga escala com a criação de taludes e valas em pleno Parque da Ria Formosa».
«O BE obteve também a informação que o empresário que gere este terreno é reincidente neste tipo de práticas, sendo completamente inadmissível a inoperância das entidades competentes», enquadrou.
É, de resto, por «verificar a incapacidade de travar as ilegalidades existentes nos dois terrenos visitados» que este partido quer reunir-se com Castelão Rodrigues.
No encontro, o BE promete reivindicar «a renaturalização dos espaços afetados de forma a repor-se a situação como estava antes da intervenção e a grave penalização aos infratores, com o intuito de eliminar este tipo de ilegalidades».
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