Segunda fase terá centros de vacinação rápida, farmácias e website

Gouveia e Melo manifesta a sua convicção na proteção de 70% da população até Agosto

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação – Arquivo

A segunda fase do processo de vacinação contra a Covid-19 vai ficar marcada pela ativação de centros de vacinação rápida, farmácias e um novo website para autoagendamento, revelou o coordenador da task force.

Em entrevista à agência Lusa, o vice-almirante Gouveia e Melo diz que está já prevista para Abril, quando se iniciar a segunda fase, a criação de postos de vacinação rápida ou massiva e o lançamento de uma nova página de Internet, ficando as farmácias reservadas para quando se detetarem limitações no sistema de administração de vacinas perante a maior disponibilidade esperada no segundo trimestre.

«No mês de Abril, vai haver uma necessidade de começar a meter esses postos de vacinação rápida em execução. É um desafio, mas é um desafio que julgo que vamos superar todos. As autarquias, o Ministério da Saúde… está a ser tudo organizado para que nesse momento as coisas aconteçam da melhor forma e o mais célere possível», afirmou.

O coordenador da ‘task force’ responsável pelo plano de vacinação explica que o processo de diálogo entre autarquias, Administrações Regionais de Saúde (ARS) e Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) já existe e esteve apenas «em pausa» para evitar «falsas expectativas» face à escassez de vacinas disponíveis nesta primeira fase.

«O processo de organização está bastante trabalhado e evoluído. Estou convencido de que nós, rapidamente, conseguimos pôr esses postos de vacinação rápida a trabalhar. Tem é de haver vacinas para os colocar a trabalhar. Não faz sentido abrir um posto que pode administrar 500 ou 600 vacinas num dia e depois ter 50 vacinas para administrar», afiançou.

Com uma média de cerca de 23 mil inoculações diárias, o processo tem assentado na comunicação com os cidadãos por SMS, os quais registam uma taxa de sucesso de marcações entre os 50 e os 54%. Os restantes utentes são alcançados através de marcações diretas pelos centros de saúde, com o apoio das autarquias, sublinhou Henrique Gouveia e Melo, que anunciou também o lançamento de uma nova plataforma eletrónica.

«Está em curso e vai entrar em produção já em Abril um meio alternativo através de um ‘website’, em que as pessoas poderão ter a capacidade de se autoagendarem no processo de vacinação em determinados locais pré-definidos», realçou, sem deixar de evidenciar que o sucesso de marcação deverá subir com o progressivo alargamento a uma população mais jovem.

Relativamente às farmácias, o coordenador da ‘task force’ refere que «é uma das opções que está já identificada para entrar em ação se for necessário», alertando para a importância de «agentes exteriores que não sobrecarreguem o sistema existente» e tecendo elogios à capacidade logística destas estruturas.

«As farmácias estão bem apetrechadas. O sistema logístico das farmácias é muito complexo, mas muito positivo, bem estruturado e claro que as vacinas que serão disponibilizadas para as farmácias serão aquelas que poderão ser conservadas num frigorífico normal. Claro que cumprindo regras determinadas pela Direção-Geral da Saúde, mas, fazendo isso, as farmácias são, com certeza, um ator importante no processo de administração de vacinas», asseverou.

Sobre o arranque da segunda fase, que cataloga como «uma fase de transição», o vice-almirante esclareceu que o processo vai acelerar com a inclusão de pessoas com mais de 65 anos «de forma indiscriminada» e pessoas com mais de 50 anos, mas com um conjunto de doenças «do tipo 2 e não do tipo 1, porque essas eram as mais críticas e estão na primeira fase».

Embora lide ainda com a reduzida disponibilidade de vacinas e a suspensão temporária da administração da vacina da AstraZeneca, o coordenador da ‘task force’ manifesta a sua convicção na proteção de 70% da população até Agosto. E nem a distinção do conceito de imunidade de grupo e de proteção da população altera o seu pensamento.

«Continuo confiante de que até ao fim do Verão teremos 70% de proteção da população. O conceito de imunidade de grupo e de proteção são dois conceitos diferentes (…), uma dose é uma grande proteção, pelo menos para a doença mais crítica. O que posso dizer é que 70% da população estará vacinada com a primeira dose no fim do Verão».
 



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